Rancho Folclórico de Conceição de Faro
Fundado em 1958, por iniciativa da Direcção da Casa do Povo e de Mário da Encarnação que com um pequeno grupo de moças e moços locais forma o primeiro Rancho.
Pode-se dizer que o Rancho serviu de apoio á legalização da Casa do Povo porque era necessário existir alguma actividade cultural para dar suporte ao desejo da desagregação da Casa do Povo de Estoi que na Conceição funcionava com uma delegação.
O major Mateus Moreno, um natural de Conceição de Faro, presidente da Casa do Algarve, em Lisboa, que estava a apoiar na criação da Casa do Povo, tomou a iniciativa de convidar para formar o rancho, o folclorista Henrique Bernardo Ramos que na ocasião por outros afazeres declinou o convite mas indicou o Mário da Encarnação que veio a aceitar o cargo, com o apoio da Direcção da Casa do Povo.
A primeira actuação publica do Rancho, faz-se no dia 8 de Dezembro de 1958, por ocasião das Festas em Honra de Nossa Senhora da Conceição, onde actua num pequeno palco frontal á igreja. Os seus jovens elementos apresentam-se trajando apenas com blusa ou camisas brancas e saias ou calças pretas, isto é, ainda sem o tradicional traje algarvio que só no ano seguinte passaria a ser usado.
Após algum tempo juntam-se ao grupo alguns elementos do Grupo Folclórico de Faro e o Henrique Bernardo Ramos que passou a dirigir artisticamente o Rancho.
Entretanto com a partida da maioria dos moços para a guerra colonial em África o Rancho ficou desfalcado de elementos masculinos, acabando por parar a sua actividade.
Após alguns anos de inactividade tenta reiniciar agora sob a mão de Zeca Barão, antigo elemento juvenil do rancho mas por pouco tempo, voltando a parar.
Algum tempo após o 25 de Abril de 1974, aproveitando o regresso do Zeca Barão que entretanto tinha emigrado, a direcção da Casa do Povo, convida-o para pôr o Rancho em actividade e ficar com o cargo de ensaiador.
Foi também criada uma Comissão de três elementos para dirigir o Rancho constituída por: Manuel Mestre, Manuel Neves e José Maria.
Com a criação do Grupo Cultural e Desportivo da Casa do Povo, o Rancho passa a ser uma secção desse Grupo e tem durante vários anos o João Manuel Ministro, como seu seccionista responsável.
O Rancho desenvolveu a sua actividade, funcionando como uma “escola de folclore” para grande número de moços e moças tendo criado o Rancho Infantil e Juvenil.
Actua com muito êxito por todo o País, tendo-se deslocado também a Marrocos, França e ao Parlamento Europeu.
Organiza com grande sucesso, durante anos consecutivos, o Festival Anual de Folclore Nacional, de Conceição de Faro.
O seu trabalho foi distinguido pela Câmara Municipal de Faro que em 1989 lhe atribui a “Medalha de Mérito Grau Ouro”.
Durante muitos anos o Rancho continua a desenvolver a sua actividade até que surgem alguns desentendimentos entre os seus principais responsáveis e volta a parar.
Esta nova paragem dura 4 ou 5 anos, até que em 2008 após a eleição de novos Corpos Gerentes para a Casa do Povo, o novo presidente da direcção põe o Rancho em actividade conseguindo reconciliar os seus antigos dirigentes que regressam.
O Rancho com o seu grupo infantil apresenta-se ao publico no dia 8 de Dezembro de 2008 ou seja 50 anos depois do primeiro e o grupo adulto já no inicio de 2009.
Em 2010 organizou o seu Festival de Folclore Nacional aproveitando para homenagear o seu primeiro ensaiador Mário da Encarnação.
Este é o resumo histórico de mais de cinquenta anos da vida deste Rancho que apesar dos altos e baixos sempre que o fez, representou condignamente a sua terra, a sua região e o seu país.
(in)
