António Pinto Basto destaca-se na sua geração como um dos fadistas mais populares. Nasceu em Évora a 6 de Maio de 1952. Tem 3 filhos de um primeiro casamento, Egas, Gustavo e Amélia, e mais dois de uma segunda ligação, Carlota e António.
De nome completo António João Ferreira Pinto Basto, o fadista afirma que, embora não tenha o apelido da mãe, porque o seu nome ficaria demasiado comprido, a família Vasconcellos e Sá ”tem muito mais importância na minha carreira e vertente musical, na vocação artística”.
Quando tinha 13 anos os pais levaram-no a uma noite de fados na Feira dos Salesianos de Évora. Diz-nos António Pinto Basto: “Isso foi para mim uma revelação enorme. Fiquei fascinado com aquilo. (…) Fiquei seduzido, convertido ao Fado a partir daí”. Junto com uma das irmãs, também impressionada com o espectáculo pediram aos pais para fazer um retiro na garagem da casa, que baptizaram de “Toca”, em homenagem à casa de Carlos Ramos, e aí passaram a fazer as festinhas de fim de semana que tinham a particularidade de acabar em Fado.
António Pinto Basto tinha acesso aos poemas do seu avô (João de Vasconcellos e Sá) e, como tal, desde cedo, cantava letras originais nos fados tradicionais. O seu tio, José de Vasconcellos e Sá, depois de passar pela “Toca” numa das noites de festa, apreciando os dotes de intérprete do seu sobrinho, resolve levá-lo a Lisboa. Com 16 anos, António Pinto participou na Grande Noite do Fado, como representante da Casa do Alentejo e cantou nalgumas casas de fado. Lembra-se, por exemplo, de ter ido ao Timpanas.
É também por intermédio desse tio que grava o primeiro disco, em 1970. Um EP editado pela Alvorada, com letras do avô e do tio e músicas do fado tradicional (“Fado Franklin”, “Fado Vitória”, “Fado Dois Tons” e “Fado das Horas”). Nessa altura foi também a alguns programas de televisão e concedeu entrevistas. Tinha apenas 17 anos quando, com este primeiro disco, iniciou a sua carreira. Nos anos de 1972 e 1973 gravou mais dois EPs. Depois foi estudar para Luanda e voltou um mês depois do 25 de Abril.
Tendo feito o curso de engenharia civil no Instituto Superior Técnico, estabeleceu-se nessa profissão, mas apesar disso “ía muitas vezes ao Embuçado por amizade com o João Ferreira Rosa” e continuou a fazer espectáculos ao vivo, em Portugal e no estrangeiro, actuando nos Estados Unidos, Brasil, Espanha, França e Angola.
O fadista afirma que o seu ressurgimento discográfico surge por motivos comerciais. António Pinto Basto trabalhava como engenheiro na Siderurgia Nacional quando foi contactado pela Polygram para gravar. A sua ideia era pôr em disco as coisas que cantava há muitos anos mas que não eram conhecidas do grande público. A ideia da editora era concorrer com o sucesso de Nuno da Câmara Pereira, editado pela EMI.
Em 1988 gravou o LP “Rosa Branca”, cujo tema título era um poema do seu avô. As vendas atingiram o disco de platina. Nos 3 meses que se seguiram deu 73 entrevistas e nesse ano realizou cerca de 120 espectáculos. Tornou-se incomportável manter a actividade profissional como engenheiro, que acabou por abandonar no final de 1989.
Com a edição do primeiro LP o fadista recebeu vários prémios, caso do Grande Prémio “Revelação” da Rádio Renascença, do “Sete de Oiro – Revelação” e do “Sete de Oiro – Fado”. No ano seguinte, 1989, é agraciado com o Grande Prémio “Popularidade” e “Disco-Revelação” da Rádio Renascença, e o prémio “Popularidade” atribuído pela Casa da Imprensa. No final desse ano edita o álbum duplo “Maria” que, tal como o antecessor, atingiu números surpreendentes de vendas. Dois anos mais tarde, em 1991, mais um trabalho discográfico chega ao mercado, o disco “Confidências à Guitarra”.
António Pinto Basto granjeia um sucesso tal que, após apenas três discos, a Polygram decide editar a compilação “Os Grandes Sucessos de António Pinto Basto”, em 1993. E, com base num concerto realizado na sua cidade natal é lançada, no final de 1995, uma vídeo-cassete intitulada “António Pinto Basto em Évora”.
Na década de 90 sucedem-se as deslocações, logo em 1992 faz espectáculos em quatro continentes, apresenta-se em Toronto (Canadá), em Macau e Hong-Kong, em Angola e em Sevilha, no âmbito da Expo’92. Ainda nesse ano volta ao Canadá para mais quatro concertos e faz concertos nos Estados Unidos.
Em 1994, é convidado pelo Instituto Cultural de Macau para ser solista numa digressão que a Orquestra Chinesa de Macau vai efectuar em Portugal, onde se incluem dois espectáculos em Lisboa, um no Teatro S. Luís, no âmbito da Lisboa’94, Capital Europeia da Cultura e outro, de gala, no Teatro Nacional de S. Carlos. Novamente como solista apresenta-se, no ano seguinte, no VI Festival de Artes de Macau. Ainda em 1995 efectua dois concertos em Goa, na Índia, actua em Palermo e Sicília, na Itália, representando Portugal num Festival de Música Mediterrânica, e vai a Caracas, integrado no grupo de artistas que realizam o espectáculo da Festa das Comunidades Portuguesas promovido pela R.D.P.I.
António Pinto Basto grava o CD “Desde o Berço”, em 1996, para a BMG. Continuam a chegar-lhe inúmeros convites para apresentações ao vivo e nesse mesmo ano volta ao Canadá e actua para a comunidade portuguesa em Londres. Em 1997 destacam-se dois concertos na Turquia, por intermédio da Comissão Europeia e da Embaixada de Portugal em Ancara, e as actuações em Bruxelas e, novamente, no Canadá.
No ano de 1998, António Pinto Basto realiza uma pequena digressão pelas comunidades portuguesas na Europa, actua na EXPO’98 e tem a seu cargo, como produtor, a programação do palco de fado durante cinco semanas. Cria um espaço em nome próprio na Internet sendo o primeiro fadista a aderir a este novo espaço de comunicação. Ainda nesse ano a Casa da Imprensa atribui-lhe o “Troféu Neves de Sousa”.
Faz uma digressão pela América do Norte, com actuações em Montreal, Toronto, Ottawa e Newark, e alguns espectáculos em S. Paulo e no Rio de Janeiro, durante 1999. No ano seguinte integra o grupo “Land of Fado”, organizado por João Braga, que se apresenta em Newark, nos Estados Unidos.
Ainda em 2000, António Pinto Basto é convidado a produzir e apresentar, por convite da Radiotelevisão Portuguesa, um programa semanal dedicado ao Fado, nos canais R.T.P.I. e R.T.P. África, intitulado “Fados de Portugal”. A popularidade deste programa é imensa e em vez dos 3 meses previstos, acabou por ser apresentado durante 13 meses.
O disco “Rendas Pretas”, editado em 2001, afasta-se do fado, apresentando músicas compostas por José Campos e Sousa para poemas algo sensuais seleccionados pelo compositor. No seu registo discográfico seguinte, “Letras do Fado Vulgar”, o fadista interpreta poemas de Vasco Graça Moura, novamente com músicas compostas por José Campos e Sousa.
Paralelamente, António Pinto Basto concorre à presidência da Câmara Municipal de Estremoz e toma posse como vereador, pelo Partido Social Democrata, em 2002.
Na celebração dos seus 35 anos de carreira António Pinto Basto edita o CD “Bodas de Coral”, pela Zona Música, com apresentação de um espectáculo no Casino Estoril, a que se seguem actuações um pouco por todo o país. Actualmente, diz-nos o fadista, que a sua média de espectáculos, apresentações em palco, conjuntas ou individuais, actuações em televisão, festas, etc, rondam os 100 espectáculos por ano.
O disco “Bodas de Coral” marca a estreia de António Pinto Basto como autor de poemas, com o tema “Madrigal para Amália”, escrito em homenagem à fadista. Anteriormente, António Pinto Basto havia já composto algumas músicas, como é o caso de “Nobre Cidade Évora”, editada no disco “Rosa Branca”, ou de “Já Vives dentro de mim”, esta integrada no álbum “Maria”. Neste CD António Pinto Basto volta apresentar músicas de sua autoria nos temas: “Gostava”, com poema de Vasco Telles da Gama, e “O Castanheiro”, com poema do seu ave, João Vasconcellos e Sá.
Em 2004, António Pinto Basto integra o projecto “Quatro Cantos”. Ao lado de Maria Armanda, Teresa Tapadas e José da Câmara, o fadista interpreta grandes êxitos da história do Fado que foram já registados nos CDs e DVDs: “5 Décadas de Fado”, em 2004, e “Do Presente ao Passado no Fado”, em 2006.
(In www.antoniopintobasto.com)
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