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Amália Rodrigues
27 Março, 2016
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Santamaria
26 Março, 2016

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HERÓIS DO MAR - Amor

Heróis do Mar - Paixão - 1983

Herois do Mar - Saudade

HERÓIS DO MAR - FADO (TV 1987)

Heróis do Mar - Alegria

HERÓIS DO MAR

Raras vezes terá havido na música portuguesa uma conjugação de artistas como os Heróis do Mar. Separadamente, os cinco membros transformaram-se em peças-chave do meio musical português; em conjunto, foram um dos grupos mais importantes e inovadores que o rock português viu nascer.
Quando se formaram, em 1981, já todos tinham alguma experiência musical. O baixista Pedro Ayres Magalhães e o guitarrista Paulo Pedro Gonçalves haviam sido fundadores dos Faíscas, o primeiro grupo punk português, que existira entre 1977 e 1979 sem nunca gravar, mas influenciara nomes como os Xutos & Pontapés. Quando os Faíscas desapareceram, Magalhães e Gonçalves formaram os Corpo Diplomático com o teclista Carlos Maria Trindade. Tozé Almeida, por seu lado, fora baterista dos Tantra desde o início daquele grupo. O cantor Rui Pregai da Cunha, finalmente, tinha um projecto experimental chamado Colagem Urbana.
O que reuniu estes músicos em Março de 1981 foi a ideia de Magalhães e Gonçalves de formarem um grupo musical que reflectisse de algum modo Portugal, a sua história e a sua cultura. A escolha do nome Heróis do Mar, retirado ao hino nacional, não foi casual, tal como também não o fora a opção por um visual futurista-militarista e por letras simples que projectavam um imaginário cultural nostálgico por um Portugal mítico, colonial e classicista.
Quando o álbum de estreia, Heróis do Mar, é lançado no Outono de 1981, a polémica estala à volta do grupo, que é acusado de fascista e neonazi, tal como acontecera poucos meses antes em Inglaterra com os Span-dau Ballet por razões muito semelhantes, relacionadas com o imaginário utilizado por ambos os grupos que tocava em pontos sensíveis da memória colectiva ocidental. O 25 de Abril estava ainda demasiado próximo para que canções como Saudade ou Brava Dança dos Heróis, inspiradas ao mesmo tempo na música electrónica futurista proveniente de Inglaterra e numa atitude de reciclagem estética, pudessem ser recebidas pacificamente.
O tempo encarregou-se de eliminar a polémica, deixando apenas a música que foi finalmente reconhecida apenas pela sua qualidade. Nem foi preciso muito tempo: no Verão de 1982, Amor, uma canção de dança que não fazia parte do álbum, torna-se no maior êxito de sempre da música popular portuguesa desde Eu Tenho Dois Amores, de Marco Paulo, levando à criação do Disco de Platina, que até então não existia em Portugal.
Mas o sucesso não será repetido pelos discos seguintes, onde o visual era já menos ousado e se inspirava mais nos cabedais punk ou nos tecidos de pescadores.
Mãe, o álbum de 1983, é bem recebido pela crítica mas não pelo público, e o mini-LP de 1984, O Rapto (que inclui o êxito de rádio Só Gosto de Ti) passa despercebido.
Apenas dois singles mantêm a chama acesa: Paixão (1983) A Alegria (1985), obtêm sucessos discretos na rádio, sem repetirem a popularidade de^mor.
O consenso junto da crítica é que desde o primeiro álbum e/4morque os Heróis do Mar não conseguem concretizar todas as potencialidades criativas do colectivo.
Entretanto, os músicos começavam a desmultiplicar-se em projectos a solo. Paulo Pedro Gonçalves e Carlos Maria Trindade gravam discos em nome próprio, Pedro Ayres Magalhães dirige a editora Fundação Atlântica, onde produz discos de Anamar e Delfins, e escreve e produz o álbum de Ne Ladeiras Sonho Azul.
Os cinco Heróis estão também envolvidos no último disco de António Variações Dar e Receber, onde todos tocam e Magalhães e Trindade igualmente assinam a produção e os arranjos.
1985 traz um período de crise: coincidindo com a edição do singie Alegria, anuncia-se a possível saída (não concretizada) do cantor Rui Pregai da Cunha, e o grupo muda de editora. A saída da crise dá-se durante uma viagem a Macau: dos dez dias que previam ficar no território para dar concertos, ficam um mês e regressam a Portugal rejuvenescidos e renovados.
Dessa viagem nasce, depois de quatro meses passados em estúdio, o álbum Macau, que, publicado no final de 1986, relança a carreira dos Heróis do Mar com o seu maior êxito crítico de sempre.
Mas os cinco músicos estavam claramente cada vez mais afastados: Carlos Maria Trindade é muito requisitado como produtor, trabalhando com os Rádio Macau e Delfins, Tozé Almeida forma uma produtora televisiva, Pedro Ayres Magalhães lança os Madre-deus com Rodrigo Leão dos Sétima Legião. Depois de um último álbum lançado £m 1988 e intitulado simplesmente Heróis do Mar, gravado já sem Almeida, o grupo desfaz-se em 1990, na sequência do abandono definitivo de Trindade.
Mas se os Heróis do Mar encerram actividades em 1990, deixando cinco discos de valor e popularidade diferentes, o mesmo já não se pode dizer dos seus componentes. Só Tozé Almeida não se manteve ligado directamente à música, dedicando-se à realização de programas televisivos, publicidade e alguns telediscos. Pedro Ayres Magalhães pôde dedicar-se a tempo inteiro aos Madredeus, concebendo igualmente o projecto Resistência, fazendo durante algum tempo parte dos Delfins e ajudando na criação da União Lisboa, empresa de agenciamento e manage-mentde artistas, que apadrinhou os Delfins, Santos & Pecadores e Pólo Norte entre muitos outros. Rui Pregai da Cunha e Paulo Pedro Gonçalves formarão, sem sucesso, um dos primeiros grupos nacionais pensados internacionalmente, os LX-90, antes de se radicarem em Londres com os Kick Out The Jams; Cunha retirar-se-á eventualmente da música, e Gonçalves seguirá para os Ovelha Negra, um projecto de “fado urbano”. Carlos Maria Trindade foi executivo numa editora multinacional e gravou dois álbuns em nome próprio antes de se juntar a Magalhães como teclista dos Madredeus após a saída de Rodrigo Leão. Certo é que, mesmo depois da dissolução do projecto, os Heróis do Mar continuaram a ser uma força importante na moderna música nacional, apostada em elevar a fasquia da qualidade sem perder de vista o público nacional a que se dirigia. (in macua)

O Inventor (Versão Single)

Heróis do mar - Só gosto de ti

Heróis do Mar - Supersticioso

Heróis do Mar- Brava Dança dos Heróis

HERÓIS DO MAR - CACHOPA

Heróis do Mar - Tarde de Mais

Supersticioso

Reportagem de José Carlos Araújo, exibida na TVI24 em 30 de Junho de 2012, assinalando os 30 anos da edição do single Amor, dos Heróis do Mar, primeiro disco de platina da música portuguesa. Inclui entrevistas com os 5 membros da banda.

A banda surgiu em Março de 1981, na zona de Campo De Ourique em Lisboa, formada por Pedro Ayres de Magalhães, Pedro Paulo Gonçalves e Carlos Maria Trindade, após o fim do grupo Corpo Diplomático em finais do ano anterior. A estes músicos juntaram-se António José de Almeida (baterista dos Tantra) e Rui Pregal da Cunha, que se iniciava nas coisas da música. Na realidade, o futuro vocalista era o único membro sem algum passado com experiência musical, pois todos os outros elementos, ou tinham formação musical ou já haviam participado em projectos anteriores.

A escolha do nome «Heróis Do Mar», tirado do primeiro verso do hino nacional português, A Portuguesa, não foi um mero acaso, pois pretendia-se representar Portugal, a sua história e a sua arte greco-romana.

Numa época em que a memória do Estado Novo estava ainda muito fresca, o visual da banda, caracterizado por uma estética nacionalista e algo neo-militarista, e letras de canções que reflectiam a glorificação de um Portugal passado, não agradou a muita gente tendo-se instalado a polémica em torno do grupo, acusado dum nacionalismo exacerbado, e inclusivamente fascista e neonazi. Aliás, membros da banda afirmaram mesmo estarem proibidos de actuar a sul do rio Tejo.

Em Agosto de 1981, é lançado o primeiro single que continha os temas «Saudade» e «Brava dança dos heróis». Os dois temas aparecem no LP de estreia, Heróis do Mar, lançado em Outubro do mesmo ano.

Em Junho de 1982 é editado a canção «Amor», que contaria com a participação de Né Ladeiras nas vozes de fundo e que se tornaria um grande sucesso comercial e disco de platina, projectando a banda para a primeira parte dos concertos de King Crimson e de Roxy Music em Portugal no verão desse mesmo ano, e para a actuação nas primeiras parte da banda de Bryan Ferry em França.

Em 1983, o grupo lança o álbum Mãe, bem recebido pela crítica, mas não tão bem recebido pelo público. Entretanto, a canção também lançada em 1983, «Paixão», torna-se um sucesso de rádio, levando a revista musical inglesa The Face a considerar a banda como o melhor grupo de rock da Europa continental.

O visual neo-militarista deu lugar a um visual mais ousado, menos polémico, mas mesmo assim ainda demasiado arrojado para a época, com muito cabedal e calças de ganga rasgadas.

Os cinco músicos começaram a empenhar-se em projectos a solo, Pedro Ayres Magalhães assumiu a direcção da editora Fundação Atlântica, produzindo discos da cantora Né Ladeiras, da Anamar e dos Delfins. Heróis Do Mar colaboraram no último disco de António Variações Dar E Receber, no qual Magalhães e Trindade foram responsáveis pela produção e pelos arranjos.

O mini-LP intitulado O Rapto, lançado em 1984, continha o tema «Só Gosto De Ti» que conseguiu ter algum êxito. Em 1985 lançam o single «Alegria» que resulta num novo sucesso de rádio. Em 1985, surgiram rumores de que Rui da Cunha poderia vir a abandonar o grupo, o que não chegou a acontecer. Mudam entretanto para a editora EMI VC ou Emi-Valentim de Carvalho.

Em 1986 é lançado o álbum Macau, recebido com elogios por parte da crítica, que renovou o fôlego e o vigor do grupo. No ano seguinte lançam o single e máxi-single O Inventor. O último álbum, Heróis Do Mar, é editado em 1988 já sem a presença do baterista Tozé Almeida que tinha outros planos para si.

Mais tarde em 1989 decidem separar-se devido a conflitos internos. No entanto todos os elementos continuaram a dedicar-se à música, com excepção de Tozé Almeida, que acabou por se dedicar à produção de programas televisivos, publicidade e alguns telediscos.

A história da banda é revisitada no documentário Brava Dança por Jorge Pereirinha Pires e José Pinheiro. O documentário, diz a revista Blitz, «propõe ainda uma reflexão sobre Portugal e a música do pós-25 abril».

Actualmente, são influência chave para alguns projectos da cena musical portuguesa, dos quais o que obteve mais destaque foi o projecto editorial da Amor Fúria.

(in wikipedia)