A génese dos Tara Perdida remonta ao ano de 1995 – mais precisamente ao dia 10 de Junho de 1995. Foi exactamente no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, que os músicos se juntaram pela primeira vez no bairro de Alvalade – famoso por ter dado ao movimento punk rock português bandas como os Peste & Sida e Censurados – para um primeiro ensaio. De um lado, o baixista Vitor Matos (Cró) e o vocalista/guitarrista João Ribas, ainda a recuperar da súbita separação dos míticos Censurados, mas cheios de vontade de embarcar numa nova aventura musical. De outro, o guitarrista Rui Costa (Ruka) e o baterista Hélio Moreira (Oregos), à procura dos músicos certos para concretizarem as ideias que já tinham desenvolvido em conjunto. Uma enorme paixão pelo punk rock e uma vontade incessante de tocar uniram os quatro músicos, no lugar e na altura certas.
A 17 de Novembro do mesmo ano, uns escassos cinco meses depois, a banda dá o seu primeiro concerto no Grupo Dramático Ramiro José. A jogar em casa, as reacções não se fizeram esperar e, desde essa primeira actuação ao vivo, nunca mais voltaram a olhar para trás. Alternando a escrita de canções com mais alguns espectáculos, os Tara Perdida assinam o primeiro contrato discográfico com a editora Música Alternativa no início de 1996, entrando em estúdio para a gravação disco de estreia no mês de Abril. É precisamente nesta altura, já com a banda em estúdio e a meio do processo de gravação, que se dá a primeira alteração no seu seio – Cró decide abandonar o projecto e é rapidamente substituído por Jaime Sousa. Antecedido por uma memorável actuação no mítico festival Vilar de Mouros, «Tara Perdida» chega aos escaparates em Novembro e é alvo de uma aceitação bastante calorosa por parte do público.
Numa altura em que o cenário rock nacional estava desesperadamente a precisar de um valente abanão, a atitude contestatária e enérgica de temas como «Isto Não Vai Melhorar», «Feia» ou «Até M’Embebedar» tiveram precisamente o efeito que se pretendia e permitiram-lhes passar a primeira parte do ano seguinte a tocar pelo país e a partilhar palcos com bandas internacionais tão conhecidas como NOFX, Ratos de Porão e Exploited.
Sem perder muito tempo, os quatro músicos voltam a entrar em estúdio e – entre Maio e Junho de 1998 – registam o segundo álbum, interrompendo o processo de gravação para actuar nos Coliseus de Lisboa e Porto como “banda de suporte” dos norte-americanos The Offspring.
«Só Não Vê Quem Não Quer» é editado pela editora Música Alternativa em Outubro de 1998 e o grupo parte novamente para a estrada, onde se mantém estoicamente durante quase um ano. O ponto alto desta digressão acaba por ser a primeira (e até à data única) aparição dos Tara Perdida fora do país, com uma actuação no festival C’Rock Note em França.
Face à perspectiva de terem de embrenhar-se no processo de composição do terceiro disco – que, no universo do rock é habitualmente visto como aquele que pode fazer triunfar ou quebrar uma banda – os músicos depararam-se subitamente com um impasse. Aparentemente esgotados pelo rigoroso nível de actividade a que se tinham submetido até então, decidiram abrandar por uns tempos e usaram essa pausa para repensar a sua estratégia de ataque.
A solução para o bloqueio criativo que estavam a atravessar na altura passou pela entrada de Ganso para os Tara Perdida, em Novembro de 1999. Amigo de longa data dos restantes elementos, apoiante da banda e excelente compositor, o guitarrista acabou por revelar-se uma peça-chave durante os anos de 2000 e 2001 – que, embora com alguns concertos pelo meio, foram passados basicamente a criar novos temas e a arranjar um sítio fixo para ensaiar. Em Março de 2001, Hélio Moreira (Oregos) deixa a banda, sendo substituído por Pedro Rosário (Kystos).
Com uma formação renovada – João Ribas na voz, Rui Costa (Ruka) e Tiago Ganso nas guitarras, Jaime Sousa no baixo e Pedro Rosário (Kystos) na bateria – começam finalmente a gravar o terceiro longa-duração em Fevereiro de 2002. As sessões de captação dividem-se entre os estúdios MB (no Porto) e BEBOP (em Lisboa), dando início a uma saudável colaboração com o produtor Cajó (conhecido pela sua associação a nomes como Xutos & Pontapés ou Sérgio Godinho). «É Assim» é editado em Junho de 2002 e, desde logo, aclamado como o melhor registo dos Tara Perdida até então.
A sensibilidade melódica de Tiago Ganso, a versatilidade rítmica de Pedro Rosário (Kystos) e uma atitude um pouco mais descontraída ajudaram a alargar a base de seguidores do grupo e transformaram canções como «Nasci Hoje», «Criar Soluções», «Desalinhado» e «30 Dias» em verdadeiros hinos. Com uma ainda maior coesão em palco e com o carismático João Ribas mais liberto e à-vontade na posição de frontman, os anos de 2003 e 2004 transformam-se num dos períodos de de maior actividade para banda no que toca a actuações ao vivo, provando o sucesso do disco “É assim”. O ano de 2004 ficou marcado pela saída de Pedro Rosário (Kystos). Rodrigo Alves ocupa o lugar deixado atrás do kit de bateria.
2005 marca o décimo aniversário dos Tara Perdida e a edição de um novo disco. Em Janeiro desse ano o quinteto regressa aos estúdios MB e BEBOP, contando outra vez com a produção de Cajó, para a gravação do sucessor de «É Assim». A edição de «Lambe-Botas» pela Música Alternativa, em Abril, é assinalada com três concertos de arromba, com a colaboração de Miguel Gomes (Xuxa Jurássica) – primeiro no Porto, depois em Lisboa e, finalmente, em Faro. Aproximando-se à perfeição da fórmula explorada do seu predecessor, o novo disco permitiu ao grupo voar ainda mais alto e participar em eventos como o SBSR 2005 e, já no ano seguinte, Rock In Rio Lisboa, Vans Club Tour e Jurassic Summer Fest.
2006 acabou por revelar-se o ano mais produtivo de sempre para a banda, que deu cerca de 40 concertos por todo o país e provou que – uma década depois de ter começado a escrever os primeiros temas – estava no auge da sua forma. Ainda antes do final do ano gravaram o seu primeiro DVD, perante um Incrível Almadense a rebentar pelas costuras. Numa altura em que a palavra “culto” é facilmente confundida com a quantidade de ficheiros mp3 armazenados no disco rígido de um computador ou de “amigos” numa conta de Facebook, os Tara Perdida mostram que ainda é possível construir uma carreira tendo como base a lealdade dos seus seguidores e a relação de proximidade que mantêm com eles. Três anos após a edição do muito bem sucedido «LambeBotas» e de um dos períodos mais prolíferos da sua carreira no que toca a actividade ao vivo, os Tara Perdida voltam finalmente à carga com um novo registo de originais. Em 2008, «Nada a Esconder» é o quinto álbum assinado pelo quinteto lisboeta, assinala o primeiro contrato da banda com uma editora multinacional, a Universal Music e, acima de tudo, reforça a ideia de que a banda continua a ser tão relevante como quando se formou.
Pela primeira vez, os Tara Perdida trabalham com uma agência, a Oficina da Ilusão, e com uma multinacional, a Universal Music, atingindo um patamar nunca antes visto, dando início a cinco anos de estrada sem parar com bastantes espetáculos por Portugal fora, e em todos festivais, superando todas as expectativas. Actuaram no Coliseu dos Recreios em nome próprio, em 2009, e, nesse mesmo ano, actuaram também no Estádio do Restelo, na primeira parte do concerto dos 30 anos de Xutos e Pontapés.
Cinco anos após a edição do álbum «Nada a Esconder», chega «Dono do Mundo», em 2013, com uma nova formação marcada pelo regresso de Pedro Rosário (Kystos) na bateria e saída de Jaime Sousa, baixista de longa data, sendo substituído por Nuno Espírito Santo. O álbum conta com singles emblemáticos como «Lisboa», que foi nomeado para melhor música do ano nos Globos de Ouro e que tem a participação de Tim (Xutos & Pontapés) e do pianista Rui Almeida (JPP), «O que é que eu faço aqui», «Segredo» e «“Mensagem», entrado directamente para o sexto lugar do Top Nacional, comprovando, mais uma vez, o sucesso da banda.
O lançamento deste tão esperado álbum, assinala o novo contrato com a editora Sony Music e com a nova agência Just for You. A banda regressa ao Coliseu, a solo, na apresentação de «Dono do Mundo», em Lisboa, e voltam à estrada a todo o gás.
A 23 de Março de 2014, os Tara Perdida perderam um dos seus fundadores, o seu emblemático vocalista de sempre, João Ribas, vítima de paragem respiratória. Mais do que perder um vocalista, perdeu-se um Grande Amigo, um Grande Parceiro, um Grande Coração. Os Tara Perdida preparavam o seu regresso à estrada, depois do sucesso de «O Dono do Mundo», o sexto trabalho de estúdio na discografia do grupo, lançado em junho de 2013.
É cumprindo a vontade do João, que nos deixou uma mensagem de coragem, força e determinação, que a banda fará a sua homenagem, continuando a levar ao público que tanto o acarinhou os temas que marcaram e continuarão a marcar uma geração. O regresso à estrada marca uma nova fase dos Tara Perdida, em homenagem ao seu saudoso vocalista. A banda convidou alguns amigos para interpretar em palco as suas mais conhecidas canções, que vão com certeza engrandecer o espectáculo, homenagear o seu Primeiro intérprete, João Ribas, e surpreender o público.
O que para muitos parecia impossível, em 2015, a banda edita «Luto», continuando com o selo da Sony Music, o qual entra directamente para o quarto lugar do Top Nacional. Este novo disco, em homenagem a João Ribas, conta com Tiago Afonso a assumir a responsabilidade na voz, e o grande Alexandre Morais, no baixo, trazendo uma energia ímpar no momento mais marcante da banda. O disco deve ser entendido com um álbum de luto, mas do verbo lutar. A mensagem dos Tara Perdida é positiva e motivadora, e «Luto» marca o renascimento da banda de sempre de João Ribas. «Luto» apresenta, mais uma vez, temas emblemáticos como «Um Dia de Cada Vez», «Luta», «Até ao Fim», «Morfina», «Histórias de Silêncio» e «Regresso» *, que espelha o sentimento da banda face à perda do grande amigo João Ribas.
Sinto na mente Revolta
E não acabou
Olhos nos olhos
Passado Que nada mudou
Não fazia prever
Mas não há volta a dar
Muitos pensaram Que ia acabar
Regresso ao dia em que deixei de acreditar
O tempo passa sem voltar atrás
Lembro o passado Recente Que se afastou
Sinto saudades
Da gente
Que riu e chorou
Crente por vezes
Que a sorte
Pra já não existe
Muitos pensaram
De uma forma triste
Regresso ao dia em que deixei de acreditar
O tempo passa sem voltar atrás
Demagogia, a raiva faz-me não pensar
Em dar a volta ao texto e ser capaz…
De voltar ao zero começar
Regresso ao dia em que deixei de acreditar
O tempo passa sem voltar atrás
Demagogia, a raiva faz-me não pensar
Em dar a volta ao texto e ser capaz…
Em 10 de Junho de 2015 é assinalado o 20º aniversário dos Tara Perdida, que, desde o dia em que começaram, nunca mais pararam.
Em 2016, a banda entrega o agenciamento à Lemon e o management a Paulo Ventura, que sugere a transformação de alguns temas em formato acústico e assim, surge “Metamorfose”, o primeiro disco acústico da banda, distribuído com a revista Blitz, em parceria com a mesma.
A banda regressa à estrada, numa tournée de promoção a “Metamorfose”.
METAMORFOSE Regresso á estrada a todo o vapor fazendo uma tour de 12 datas seguidas por Clubs de norte a sul de Portugal (Tara Perdida Club Tour /Blitz) que fez aproximar a banda do seu publico que os recebeu de braços abertos. A proximidade com os fãs foi sem duvida o melhor de toda a Club Tour.
2017 continuam a promoção de Luto juntamente com Metamorfose,alguns dos espectáculos a serem eléctricos com momentos acústicos com os fãs sempre presentes nunca abandonando a banda
2018 – O novo ciclo, os Tara Perdida entram em 2018 com novo disco no segredo dos deuses, sucessor de Luto editado em 2015 em homenagem a Joao Ribas, os Tara Perdida 3 anos depois preparam se para lançar o novo longa duração que promete dar muito que falar.
Continuando com o selo Sony Music e entregando a pasta do agenciamento GIGS ON MARS, os Tara Perdida preparam-se para voltar à carga e espalhar adrenalina com novos hinos.
Os Tara Perdida encaram a vida com realidade, sabendo que o caminho nem sempre se faz a sorrir, mas a paixão é mais forte e o sonho comanda a vida, desistir é impossível, passados quase 23 anos a banda sente que tem que continuar a fazer historia e a transportar a bandeira do Punk Rock português com a ambição que sempre os caracterizou.
Três anos após a edição do disco mais marcante da sua carreira (Luto) em 2015 de homenagem ao grande João Ribas o emblemático vocalista de sempre, os Tara Perdida voltam à carga com “Reza” nome do novo longa duração sucessor de “Luto” que promete dar muito que falar e incendiar as plateias
Os Tara Perdida são considerados a maior instituição de Punk Rock em PortugaL.
Esta é a nossa viagem, quem quiser que venha connosco, está quase na hora do Comboio, já tens bilhete?
Formação actual: Rui Costa, Tiago Ganso, Pedro Rosário, Tiago Afonso, Alexandre Morais.
Nós acreditamos!
Somos Tara Perdida!
(in TaraPerdida.pt)