Olha, olha para ela Traz o mundo num balão Ai Lisboa é sempre aquela Ai Lisboa é sempre aquela Que mantém a tradição
Traz São Pedro na canoa Com a esperança que é varina Vem lembrar as naus de Goa Vem lembrar as naus de Goa Dos seus tempos de menina
Ai, ai Lisboa… tenho um beijo p’ra te dar Vem p’ra roda e traz um par Que esta noite é cá das nossas Ai, ai Lisboa… que cheirinho a manjerico Deve andar no bailarico Santo António a ver as moças Ai, ai Lisboa… São João de brincadeira Salta a chama da fogueira Que acenderam teus avós Ai, ai Lisboa…. canta, canta, que me encanta Pois ninguém terá garganta P’ra calar a tua voz
Traz nos arcos e balões Ramalhetes de cantigas São os versos de Camões São os versos de Camões P’ra ensinar às raparigas
Não precisa de queimar Alcachofras por ninguém Não lhe falta a quem amar Não lhe falta a quem amar Todo o mundo lhe quer bem
(Música de Nóbrega e Sousa / Letra de António Vilar da Costa) Grande Marcha de Lisboa – 1969
Esta canção foi a vencedora do 1º Prémio da Câmara Municipal de Lisboa, e foi cantada por todos os lisboetas no ano de 1969 inteiro, mas o sucesso da canção não se deveu a Alice Amaro, pois ao contrário do que se esperava, a interpretação de Alice Amaro saldou-se num gigantesco fracasso. Tal deveu-se a isto: Amália Rodrigues gravou para a “Columbia” outra interpretação desta grande marcha de Lisboa, e essa conseguiu um sucesso bombástico, e muito mais superior, tanto em termos de popularidade radiofónica e discográfica, como em termos de qualidade da gravação, sendo esta gravação original remetida ao esquecimento, e escutando-se sómente nas rádios portuguesas a gravação de Amália Rodrigues, com destaque para a Emissora Nacional, o Rádio Clube e a Renascença. O sucesso foi de tal ordem, que hoje os fanáticos do fado, e o Portal do Fado, alegam e gritam aos quatro ventos que esta canção é de Amália, quando na verdade trata-se de uma criação de Alice Amaro.