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1 Abril, 2015
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1 Abril, 2015

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As Doce

Doce foi uma banda pop que existiu em Portugal na década de 1980. Foi uma das primeiras girl groups da Europa.

Biografia
O grupo formou-se em Setembro de 1979 e era composto por um quarteto feminino: Fá (Fátima Padinha), Teresa Miguel, Lena Coelho e Laura Diogo. Também foi integrante a cantora Fernanda de Sousa (atualmente com nome artístico de Ágata) que substituiu quer Lena Coelho, durante a sua gravidez (entre Maio e Outubro de 1985), quer, mais tarde, Fá que saiu do grupo em Outubro de 1985.

A ideia de criar um grupo de quatro mulheres surge através do compositor e cantor Tozé Brito, na festa da despedida dos Gemini, sendo também responsável pela sua criação o brasileiro Cláudio Condé, que era o Presidente da Polygram.

Com exceção da Laura Diogo, modelo e Miss Fotogenia no concurso Miss Portugal de 1978, o grupo era constituído por cantoras com experiência: Fá e Teresa Miguel, eram ex-integrante do grupo recém-extinto Gemini; Lena Coelho, tinha feito parte das Cocktail e na fase final também dos Gemini.

As Doce foram sinónimo de sucesso, não só em Portugal mas também no estrangeiro, nomeadamente em Espanha, França, Estados Unidos, Filipinas, não só junto das comunidades lusófonas mas também de muitos fãs estrangeiros. Este sucesso motivou a uma tentativa de internacionalização e foram lançando vários temas em inglês.

Concorreram quatro vezes ao Festival da Canção: 1980, 1981, 1982 (onde se consagraram vencedoras e permitiu representar Portugal no Festival da Eurovisão de 1982) e, pela última vez, em 1984.

Um dos grandes contributos para a popularidade do grupo foi a sua imagem. O visual era totalmente arrojado com roupas extremamente sensuais, sendo da responsabilidade do estilista José Carlos. Outra característica foi a aposta na afirmação e sensualidade do corpo feminino, tendo uma postura ousada e provocante, aliado às fascinantes e meticulosas coreografias em palco, o que causou grande impacto mas uma importante e grande mudança de mentalidade no meio artístico. Era habitual, naquela época, um certo formalismo por parte dos cantores, tanto na indumentária como nas atuações em especial na televisão.

Em Março de 1981, no Festival RTP da Canção, as Doce sofreram as consequências dessa ousadia onde vestidas de odaliscas e com uma coreografia sensual, interpretaram “Ali-Bábá – Um Homem das Arábias. O grupo foi desvalorizado pelo júri do concurso e foi alvo de imensas criticas nos jornais, embora tenha ficado em 4º lugar e a edição em single foi um sucesso de vendas e um dos discos mais vendidos daquele ano.

Entretanto, estava consolidada a imagem das Doce, no seu papel inovador, entre nós, capaz de alguma agressividade e de provocar o desafio. Em termos estritamente musicais, pode dizer-se que nas suas canções se cruzam e combinam aspectos próprios da “pop”, do “disco” e do “rock”.

Muitas das canções das Doce transformaram-se em grandes sucessos sendo ainda hoje uma referência da década de oitenta no panorama musical. Tanto que é habitual, nos programa de televisão, nomedamente em concursos de canções, como os Idolos, A tua cara não me é estranha, Uma Canção para ti,…, os concorrentes interpretarem canções do grupo, nomeadamente a canção Amanhã de Manhã e Bem Bom. Também, no meio cinematográfico, foram incluídas no telefilme da SIC, em 2000, “O Lampião da Estrela”, protagonizado por Herman José e realizado por Diamantino Costa. Na série juvenil, Morangos Com Açucar, foi feita uma adaptação à canção Amanhã de Manhã. A canção Bem Bom, com a letra alterada, foi usada num anúncio de publicidade da cadeia alimentar Jumbo – campanha “O Top das Promoções – 40 anos Jumbo”, em Maio de 2010, interpretada pela cantora Carolina Torres. Internacionalmente, entre a comunidade de fãs da Eurovisão, a canção Bem Bom é sempre recordada.

Atingiram quase 250 000 álbuns vendidos e foram top de vendas por diversas vezes.

Paralelamente, foram capa de várias revistas e jornais, tanto nacionais como internacionais (com grande enfoque no Festival da Eurovisão de 1982), onde foram as mais fotografadas.

 

Trajetória artística
O primeiro single, “Amanhã de Manhã”, saído em 1980, ganhou uma enorme popularidade e continua a ser até hoje das músicas que maior sucesso fizeram no nosso país. Ainda nesse ano, concorreram ao Festival da RTP da canção com “Doce”. Obtiveram o segundo lugar, mas acederam, a nível nacional, a um lugar destacado no mundo da televisão e do espectáculo.

O primeiro álbum, saído ainda nesse ano , chamou-se “OK.KO.” e foi o ponto de partida para várias incursões internacionais. Nesse álbum encontram-se uma série impressionante de êxitos: “Café com Sal”, “O Que Lá Vai Lá Vai”, “Depois de Ti” e o próprio tema “OK.KO.”, single que foi editado antes do álbum.

Mas outro dos maiores êxitos do grupo teve lugar em 1981, graças a uma canção que apresentaram no Festival RTP: “Ali-Babá”. Não ganharam, o festival, mas viram a sua canção elevada a um grande sucesso comercial em termos da história deste evento da música portuguesa.

O segundo álbum, “É Demais”, marca uma mudança radical de “look” e consolida-se a posição de grupo polémico, a imagem das Doce ultrapassa aqui todas as expectativas e ganham uma projeção nacional que atravessa todos os tipos de público. Fazem parte desse álbum temas cantados a solo como: “Uau”, na voz de Lena, “Eu Sou”, na voz de Laura, “Dói Dói”, na voz de Fá e “Desatino”, na voz de Teresa.

O primeiro lugar no Festival RTP da Canção, obtiveram-no em 1982 , com “Bem Bom”. O facto de representarem Portugal na Eurovisão constituiu um impulso para a experiência de um percurso internacional, tendo editado discos em espanhol e inglês, os singles “Bingo”, “Bim Bom”, “For the Love of Conchita” e “Starlight”. Com a edição internacional destes discos as Doce dão a “volta ao mundo” visitando inúmeros países nos vários continentes. Das Filipinas aos Estados Unidos fizeram furor e foram notícia na imprensa internacional.

Em 1982 é lançado um single com os temas For The Love Of Conchita e Choose Again. O disco foi editado também no mercado holandês. No ano seguinte é lançado o single Starlight/Stepping Stone.

Regressando ao Festival em 1984, com “O Barquinho da Esperança”, assinaram ainda nesse ano um novo sucesso chamado “Quente, Quente, Quente”.

Em 1985, Lena Coelho engravida e é substituída por Fernanda de Sousa e, no ano seguinte, Fá decide deixar de fazer parte da banda. Foi o inicio do fim do grupo que, na fase final, apenas integrava três elementos: Teresa Miguel, Laura Diogo e Lena Coelho. Foi num programa de Júlio Isidro, que oficializam a extinção do grupo.

Em 1987 despedem-se com um duplo álbum “Doce 1979-1987”, onde aparece “Rainy Day” gravado nas sessões da fase em inglês

(in: wikipedia)

Doce - Amanhã de Manhã, no programa "O Tal Canal" em 1983

Doce - É Demais

Doce - Ali Babá - programa RTP, "Eu Show Nico" em 1981

Amanhã De Manhã · Doce 1980

Festival RTP 1980 - Doce - Doce

Doce - Uma Boa

Doce - OK KO

Eurovision 1982, the group "Doce" with the song "Bem-bom"

Doce - Uau!

Doce - Fora da Lei

Doce - Depois de ti

Doce - O Barquinho Da Esperança

As Doce - "Quente,Quente, Quente" no programa "Noticiário Nacional" em 1985

DOCE - CAFÉ COM SAL

Doce - Dói Dói - com letra

As Doce - Doi doi

Doce - Um modo de amar

BEM BOM | 2020 no cinema
1979. Quatro jovens são contratadas para formar uma girlband.
Elas sabem cantar, brilham a dançar e escandalizam o país…
Elas tornam-se um fenómeno de popularidade.
Elas são as DOCE.

BEM BOM
2020 no cinema.

Lê-se na sinopse do filme, realizado por Patrícia Sequeira, que realizou o filme ‘Jogo de Damas’, assim como assinou a realização de ‘Snu’, filme baseado numa biografia de Snu Abecassis.
Num comunicado de imprensa enviado às redações, fica-se a saber que a longa-metragem chama-se ‘Bem Bom’, um dos hits mais famosos da banda, e é produzida pela Santa Rita Filmes e conta com o apoio da MEO.
Recorde-se que, em 2020, faz 40 anos que esta que foi “uma das primeiras girls band da Europa” lançou o seu primeiro álbum ‘OK KO’.
O grupo contava, originalmente, com as vozes de Fátima Padinha, Teresa Miguel, Lena Coelho e Laura Diogo.
Os nomes dos protagonistas ainda não foram divulgados, mas o primeiro teaser do filme pode ser visto abaixo:(in)

Biografia
Quando, em 1979, Teresa, Fá, Laura e Lena se juntaram para formar as DOCE, prenunciando a reinvidicação de uma imagem atractiva e algo provocante, o universo musical português estava demasiado marcado por modelos de um certo puritanismo moral e formal, onde tudo era determinado pelo domínio da mensagem política, mais ou menos imediata. Recordemos que tinham decorrido apenas cinco anos desde o 25 de Abril, e certas ousadias eram coisa rara e nunca vista do lado de cá das nossas fronteiras. As canções que interpretaram foram o prolongamento natural de uma atitude que compreendia o domínio da música pop num sentido alargado de espectáculo, onde se incluía uma ideia de “glamour” que pusesse as pessoas a sonhar, algumas ousadias na afirmação do corpo e, de um modo geral, procura de inovação e de uma imagem forte, obedecendo a uma concepção onde nada era deixado ao acaso. Foi isto que fez das DOCE um grupo que desafiou o tempo português em que surgiu, trazendo consigo um suplemento de “escãndalo” que não era senão a marca da irreverência, do profissionalismo e da inteligência. Note-se que tudo isto se passou muito antes da onda das “girls band” que apareceram nos últimos anos um pouco por todo o lado. O primeiro disco, “Amanhã de Manhã”, saído em 1980, ganhou uma enorme popularidade e continua a ser até hoje das músicas que maior sucesso fizeram no nosso país. Ainda nesse ano, concorreram ao Festival da RTP da canção com “Doce”. Obtiveram o segundo lugar , mas acederam, a nível nacional, a um lugar destacado no mundo da televisão e do espectáculo. O primeiro album, saído ainda nesse ano, chamou-se “OK.KO.” e foi o ponto de partida para várias incursões internacionais. Nesse album encontram-se uma série impressionante de êxitos: “Café com Sal”, “O Que Lá Vai Lá Vai”, “Depois de Ti” e o próprio tema “OK.KO.”, single que foi editado antes do album. Mas outro dos maiores êxitos do grupo teve lugar em 1981, graças a uma canção que apresentaram no Festival RTP: “Ali-Babá”. Não ganharam, o festival, mas viram a sua canção elevada ao maior sucesso comercial de sempre da história deste evento da música portuguesa. Entretanto, estava consolidada a imagem das DOCE, no seu papel inovador, entre nós, capaz de alguma agressividade e de provocar o desafio. Em termos estritamente musicais, pode dizer-se que nas suas canções se cruzam e combinam aspectos próprios da “pop”, do “disco” e do “rock”. Recordemos que na pré-história do grupo há um facto que importa ter em conta: três elementos (Teresa, Fá e Lena) tinham passado pelos Gemini. O segundo album, “É Demais”, marca também uma mudança radical de “look” e consolida-se a posição de grupo polémico, a imagem das DOCE ultrapassa aqui todas as espectativas e ganham uma projecção nacional que atravessa todos os estratos. Fazem parte desse album temas a solo como: “Uau”, na voz de Lena, “Eu Sou”, na voz de Laura, “Dói Dói”, na voz de Fá e “Desatino”, na voz de Teresa. O primeiro lugar no festival RTP da canção, obtiveram-no em 1982, com “Bem Bom”. O facto de representarem Portugal na Eurovisão constituiu um impulso para a experiência de um percurso internacional, tendo editado discos em espanhol e inglês, os singles “Bingo”, “Bim Bom”, “For the Love of Conchita” e “Starlight”. Com a edição internacional destes discos as DOCE dão a “volta ao mundo” visitando ínumeros países nos vários continentes. Das Filipinas aos Estados Unidos fizeram furor e foram notícia na imprensa internacional. Regressando ao Festival em 1984, com “O Barquinho da Esperança”, assinaram ainda nesse ano um novo sucesso chamado “Quente, Quente, Quente”. Em 1987 despedem-se com um duplo album “Doce 1979-1987”, onde aparece “Rainy Day” gravado nas sessões da fase em inglês. Basta evocar o nome de todas as canções que fizeram o estrondoso êxito das DOCE para percebermos que elas tinham uma carga de erotismo lúdico, até no modo como eram rigorosamente encenadas, contrastando fortemente com o lado sombrio e coercivo do meio social português. Este foi um dos contributos das DOCE, mas não o único pelo qual se podem orgulhar de terem alcançado um dos maiores reconhecimentos públicos jamais obtidos por um grupo, em Portugal. PAULO SCAVULLO,(in)