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David Antunes
27 Janeiro, 2013
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20 Fevereiro, 2012

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Noticia (in JornalismoPortoNet – www.jpn.up.pt – Por Amanda Ribeiro – 18 Fevereiro, 2011)

Ban: O início de uma banda “cheia de inovações”

Sem “saber cantar ou tocar”, os Ban marcaram as décadas de 80 e 90. Eram uma banda “cheia de inovações”, recorda Isidro Lisboa.

Mais do que para cumprir um sonho, os Ban surgiram como seguidores de uma filosofia que marcava a música portuguesa dos anos 80.

“Quando começámos não sabíamos cantar, tocar… mas, na altura, qualquer um podia subir a um palco, qualquer um podia fazer música.” As palavras são de João Loureiro que, em finais dos anos 70, esteve no sul de Inglaterra, num curso de Verão de inglês para jovens. Em pouco tempo foi influenciado pelos movimentos musicais anglo-saxónicos emergentes, principalmente o punk e a new wave, e rapidamente percebeu que alguns colegas de liceu partilhavam os mesmos gostos.

Quando se juntaram, em 1981, chamavam-se de Bananas, nome que ia ao encontro do objectivo de fazer ska. Já depois de terem ganho o afamado concurso Rock em Stock/7 Up, e de um contrato com a EMI, a banda reorientou as suas tendências musicais para a cold wave e para o urbano-depressivo e encurtou o nome para Ban.

Depois do fim em 1996:
Os Ban terminaram definitivamente em 1996, com uma última digressão e a edição da compilação “Num Filme Sempre Pop”, mas praticamente todos os elementos apostaram em novos caminhos no mundo da música. Ana Deus fundou os Três Tristes Tigres. João Loureiro, João Ferraz e Rui Fernandes, juntaram-se ao ex-GNR Alexandre Soares, para formarem um projecto musical intitulado The Song Experience, que depois passaria a Zero. O projecto não foi muito duradouro: João Loureiro abandonou a música e João Ferraz continuou a apostar na composição de letras, até à formação de um novo grupo, em 2001, os Magenta. Rui Fernandes e Paulo Faro ainda estiveram juntos nos DR Sax. No entanto, outras actividades profissionais acabaram por se sobrepor.

O maxi-single “Santa”, editado em 1983, parece ter sido a primeira tentativa de uma nova reorientação no estilo musical da banda: o pop e, eventualmente, o pop-rock. Entretanto, Ana Deus integra os Ban e, em 1988, é lançado o primeiro disco da banda, “Surrealizar”.

“Foi um disco de alguma ruptura com o que fazíamos antes e foi, de certa forma, uma ruptura na música portuguesa. Fomos o primeiro grupo a usar caixas de ritmos, samplings, pequenos bocadinhos de rap no meio das músicas…”, defende João Loureiro. A onda pop dos Ban continuou com a edição do segundo álbum, “Música Concreta”, em 1989, e continuou presente na década de 90 com o LP “Mundo de Aventuras”” no ano de 1991.

Isidro Lisboa é locutor da Rádio Nova, no Porto, e um grande conhecedor da música portuguesa. Ao recordar a imagem musical dos Ban nos anos 80, reforça a ideia de que os Ban foram uma banda “cheia de inovações” no panorama português.

“Numa prateleira mais pop, são uma banda de destaque dos anos 80. Foi uma tentativa de sucesso dos neo-românticos que começou com bandas da Grã-Bretanha, como os Spandau Ballet ou os Duran Duran. Não era normal haver bandas em Portugal a apanhar este lado mais pop, mais simples, mais despido.”

O contributo da Rádio para o sucesso dos Ban
Para Isidro Lisboa, o facto de os Ban terem aparecido no boom das rádios-pirata e das rádios locais veio dar-lhes “um outro balanço”. “Vivia-se numa onda muito patriótica em que se pensava: se existem coisas boas cá porque não apostar nelas? Não tenho dúvidas algumas que foram das bandas que mais se ouvia nas rádios nessa altura.”

Também a popularidade dos Ban equivalia à de grandes nomes estrangeiros. “Era uma coisa normal para um DJ da altura passar Smiths, Cure, U2 e misturar o maxi dos Ban,”

Ainda assim a banda acabaria por chegar ao seu término. Muito se especulou se a entrada e a saída de Ana Deus dos Ban teria alguma responsabilidade no fim abrupto. A verdade é que a “diva da Invicta”, como lhe chama Isidro Lisboa, saiu para não mais voltar, tendo preferido integrar outros projectos (ver caixa). Para a nova voz feminina dos Ban, Mariana Matos, é uma “responsabilidade muito grande” seguir as pisadas de Ana Deus.

“Indubitavelmente há sempre comparações. E a responsabilidade é acrescida – afinal, já vieram duas pessoas antes de mim. Não sei como é que as pessoas vão reagir a uma voz 20 anos mais nova.”

Isidro Lisboa não tem dúvidas que Ana Deus “foi um dos pilares fundamentais para os Ban terem marcado a década de 80”. Com um sorriso, recorda como a vocalista veio criar um equilíbrio na imagem e na definição da banda. “Os Ban tinham aquela postura muito limpinha, muito ‘british’, sempre de gravatinha, fato, blazer… e depois havia o contraste da Ana Deus, que conseguia uns registos tremendos, uns agudos, umas elevações e também tinha uma presença e uma apresentação em palco imensas.”

BAN - Irreal social [Official Music Video]

Ban - Mundo De Aventuras 1991

BAN - Num Filme Sempre Pop, Look-Elite, 1994

BAN - Dias Atlânticos [Official Music Video]

BAN - Suave, reportagem João Loureiro - 1990

BAN Rosa Flor, Lisboa, 1991

Descubra mais Videos dos BAN aqui

Componentes

João Loureiro
João Ferraz
Chico Monteiro
Paulo Faro
Ana Deus
Rui Fernandes
Ricardo Serrano
Emília

História

Os Ban são uma banda originária do Porto que se formou em 1981. Inicialmente pretendiam ser uma banda de New Wave e Ska e o seu nome era Bananas. Em 1983 a formação da banda era composta por João Loureiro (voz e teclados), João Ferraz (guitarra), Paulo Faro (bateria) e Francisco Monteiro (baixo). Fez ainda parte das formações iniciais Jorge Romão (GNR, grupo com que partilhavam a sala de ensaios), e nessa altura venceram o concurso Rock em Sock 7 Up, entre mais de 600 grupos. Editam então o primeiro ‘single’, Identidade.

Entretanto encurtam o nome para Ban e apostam num som mais depressivo, influenciados pela Onda de Manchester. Gravam neste período o mini lp, Alma Dorida, com muito sucesso nos circuitos alternativos e nas então rádios piratas. Fazem então concertos importantes no Rock Rendez Vous (Lisboa) e nos Ciclos de Novo Rock (Porto), de que João Loureiro era mentor.

Em 1986 enveredam por uma carreira mais pop que se inicia com o maxi Santa, muito bem aceite pela crítica especializada, com a participação de vários músicos convidados como Nuno Rebelo (Mler Ife Dada), Ricardo Camacho (Sétima Legião) Tomás Pimentel, Paula Sousa ou Zézé Garcia (GNR, Urb).

Os nove temas até essa altura editados seriam posteriormente incluídos na colectânea Documento 83-86.

Ana Deus entra para a banda e a aposta no pop, com influências soul e dance music, torna-se mais evidente e gravam sucessivamente, “Surrealizar” (1988), “Música Concreta” (1989) e “Mundo de Aventuras” (1991), trilogia com enorme sucesso e que os torna definitivamente mainstream, com hits como Irreal Social, Num Filme Sempre Pop, Dias Atlânticos, Suave, Excesso Aqui, Mundo de Aventuras ou Rosa Flor. A produção é de Paulo Neves.

Nessa trilogia os Ban atingem um som internacional e para muitos sublime, misturando influências, que vão desde a dance e soul music ao pop de charme ou até algum jazz experimental (através de Sei Miguel e Fala Mariam, convidados em Música Concreta), e recorrendo a uma grande sofisticação visual e sonora, com utilização pioneira em Portugal de caixas de ritmos e sampling, e fazendo remixes que se tornam sucessos nas pistas de dança como Irreal Social e Mundo de Aventuras (neste caso com a participação de Tó Pereira/DJ Vibe, na sua primeira incursão discográfica).

Fazem então três grandes tournées nacionais, com concertos icónicos como o da Estufa Fria ou no Terreiro do Paço, em Lisboa, ou no Coliseu do Porto, tendo também passado por Espanha e Macau.

Por vários motivos – uns membros tinham outras opções de vida, e também devido a algum cansaço depois de intensas digressões – os Ban dão por encerradas as suas actividades.

Em 1994 fazem uma digressão final com Emília Santos no lugar de Ana Deus, como promoção da colectânea Num Filme Sempre Pop, que reune temas da trilogia atrás referida.

Foram, em 2007, caricaturados pelos Gato Fedorento, no programa Diz que é uma Espécie de Magazine.

O grupo regressou em 2010 com um novo disco de nome Dansity , um cd surpreendente e de grande criatividade, desta vez em inglês, com uma nova voz feminina, Mariana Matos, e temas que se destacaram, como Mod Girls, Funk It ou Cool and Cruel. Dos dois primeiros são também produzidos remixes por Peter G e pelos JohnWaynes.

Em 2011, é editado através do jornal “Correio da Manhã” um livro com a história do grupo, da autoria do jornalista Pedro Rios, e um CD com alguns dos temas mais representativos da carreira dos Ban, já que foram considerados pelos críticos musicais dessa publicação uma das ‘Bandas Míticas’ nacionais.

Foram, aliás, também galardoados pela SPA como um dos 50 melhores grupos de sempre em Portugal, e Mundo de Aventuras foi considerado pela revista Blitz um dos 30 melhores álbuns de sempre de artistas portuenses.

Dos seus elementos nascem outros projectos musicais importantes para a Música Moderna Portuguesa, como os Zero, DR Sax ou Três Tristes Tigres.

(in: wikipedia.org)

Ban - Mundo De Aventuras (ALBUM STREAM)