Carlos do Carmo nasceu em Lisboa a 21 de Dezembro de 1939. É casado desde 1964 e tem três filhos, uma rapariga e dois rapazes. A sua mãe, Lucília do Carmo, foi uma das maiores fadistas do século XX, e o seu pai, Alfredo de Almeida, teve entre as suas profissões a de livreiro e de empresário na indústria hoteleira. A casa dos seus pais na parte velha da cidade, Bairro Alto, era um lugar de reuniões de intelectuais e de artistas, algumas das figuras proeminentes da Lisboa de então. Carlos do Carmo iniciou em 1963 uma das carreiras mais longas do panorama musical nacional, que perdura até hoje.
Regressado a Lisboa, entrou no negócio da hotelaria com os seus pais, gerindo a casa de fado fundada por eles, usando todas as ideias e técnicas que aprendera na Suiça. Após a morte do seu pai, tornou-se gerente. “Loucura”, uma das canções da sua mãe, foi a primeira que gravou e obteve considerável sucesso. A oportunidade de fazer o seu primeiro disco apareceu rapidamente, e em 1964 gravou “Estranha Forma de Vida” .
A sua maneira de cantar era diferente e o seu estilo pessoal inconfundível, elementos que o tornaram numa daz vozes mais emblemática da música portuguesa das últimas décadas, mesmo que o seu percurso nem sempre tenha sido consensual.
Os seus recitais para a televisão são já parte do arquivo histórico do fado e canções como “Por morrer uma andorinha”, “Duas lágrimas de orvalho”, “Bairro Alto”, “Gaivota”, “Canoas do Tejo”, “Os Putos”, “Lisboa Menina e Moça” ou “Estrela da Tarde” são alguns dos grandes sucessos populares da sua carreira.
Nomes como Frank Sinatra, Jaques Brel, Elis Regina e José Afonso são frequentemente apontados como referências e o seu percurso internacional foi projectado, como gosta de salientar, “pelos portugueses que saíram da minha terra à procura de uma vida melhor e que me foram passando para as mãos dos empresários e agentes culturais dos vários países onde residem”.
Já cantou nos cinco continentes e as suas passagens no Olympia em Paris, nas óperas de Frankfurt e de Wiesbaden, no Canecão de Rio de Janeiro, no Savoy de Helsínquia, no Auditório Nacional de Madrid, no Teatro da Rainha em Haia, no teatro de São Petersburgo, na Place des Arts em Montreal, no Tivoli de Copenhaga e no Memorial da América latina em São Paulo são momentos muito altos de sua carreira. Os concertos no Mosteiro dos Jerónimos, na Fundação Gulbenkian, no Coliseu dos Recreios, no Casino do Estoril e no Centro Cultural de Belém fazem a diferença no nível nacional.
São inúmeros os prémios e honrarias recebidas até hoje, desde o título do Cidadão honorário da cidade do Rio De Janeiro, membro da Honra do Claustro Ibero-Americano das Artes, passando pelo diploma conferido pelo Senado de Rhode Island nos estados unidos pelo seu contributo para a divulgação da música portuguesa, do Globo de Ouro SIC de Mérito e da Excelência, do Prémio da consagração de carreira da Sociedade Portuguesa de Autores, até ao reconhecimento Nacional com a Ordem do Infante Dom Henrique.
Figura também como pioneiro na nova discografia portuguesa devido ao seu disco “Um Homem no País”, que foi o primeiro CD editado por um artista em Portugal. (in: Noticias Sapo)
Faleceu no 1º dia do ano de 2021