C4Pedro, C4 Pedro, Artista, Cantor, Africano, contactos, artistas, contacto directo, artistas africanos, Portugal, Angola, Angolanos em Portugal, Artista C4 Pedro
C4 Pedro
18 Janeiro, 2018
Fadista, Rodrigo, Artistas Portugueses, Fadistas, Fadista Rodrigo, Contactos, Artista Rodrigo, Artistas, Contactos de Fadistas, Cantores, Portugueses
Fadista Rodrigo
9 Janeiro, 2018

Nininho, cantor, artista, Cigano, Musico, Nininho Vaz Maia, Musicas, Não Sou Perfeito, portugueses, musica portuguesa, Cantor cigano

Nininho Vaz Maia & Nya De La Rubia - Não Sou Perfeito

Nininho Vaz Maia - Quiero Bailar

Nininho Vaz Maia - Cola-te a Mim

Nininho Vaz Maia feat. Prodígio - El Tiempo

Nininho Vaz Maia - Saudade

A justiça fechou Nininho em casa, a música abriu-lhe a porta

Nininho

Tem o nome do pai, Avelino, mas desde pequeno que ficou conhecido por “Nininho”. Há 2 anos, foi preso depois de desacatos numa noite de saída com amigos. Com uma ficha com antecedentes criminais, ficou um ano e 15 dias fechado em casa, com pulseira electrónica. Durante esse tempo, contou ao PÚBLICO, Nininho ficou “viciado nas limpezas” e começou a descobrir o talento para a música. Um dia, gravou com o telemóvel um vídeo seu a cantar, onde se podia ver no tornozelo a pulseira electrónica. O vídeo foi parar ao Youtube: tem já quase 800 mil visualizações. Em pouco tempo, ficou sem espaço para adicionar amigos no Facebook e a sua página de artista já conta com mais de 9 mil seguidores. “Cigano da parte do pai e não cigano da parte da mãe”, acredita que a sua música tornou-se popular por ser uma mistura entre o pop e a cultura cigana. Hoje, Nininho vive da música.

Nininho Vaz Maia - Soy Gitano

Elefante de Papel (Rita Ferro Rodrigues) entrevista Nininho

 

Nininho está a tornar-se num caso sério da música pop cigana (sim, é assim mesmo que a caracteriza) e quer que esta se democratize e entre nos ouvidos de todas as pessoas. Acredita – porque sabe que é verdade – que a música aproxima os seres humanos e é uma arma importante para combater discriminações e desigualdades.

Avelino, Nininho para os amigos. Aquilo que mais impressiona quando o conhecemos pela primeira vez é a cor do olhos e o sorriso franco. Mais tarde será a voz e a capacidade de abraçar – abraçar mesmo.

Nininho está a tornar-se num caso sério da música pop cigana (sim, é assim mesmo que a caracteriza) e quer que esta se democratize e entre nos ouvidos de todas as pessoas. Acredita – porque sabe que é verdade – que a música aproxima os seres humanos e é uma arma importante para combater discriminações e desigualdades.

“Cigano da parte do pai e não cigano da parte da mãe” sabe bem o que é o olhar preconceituoso mas detesta discursos de vitimização e aposta na afirmação cultural plena, franca e desassombrada.

A vida já lhe trocou as voltas – já viveu privado de liberdade. Esteve preso 1 ano e 15 dias em casa, com pulseira electrónica por erros que não o definem e com os quais já acertou as contas. Aquilo que ele é, é-o agora. A falta de liberdade e a reflexão a que foi obrigado trouxeram-lhe, num acaso feliz da vida, o melhor que tem agora: o reconhecimento através da música.

Foi a lavar os dentes e de pulseira electrónica no pé que começou a trautear aquele que seria o seu primeiro grande sucesso. Depois o YouTube, (que faz voar até quem está preso) fez o resto. Milhões de elogios e visualizações, incentivos e, já mais tarde em liberdade, concertos cheios de pessoas. Pessoas. Em toda a sua alegria, representatividade e diversidade. Está num momento de criatividade e lançamento de músicas novas e, por isso, abraça o mundo cheio de alegria e ternura, da mesma forma que me abraçou a mim em cada minuto desta entrevista.

Senhoras e senhores:

Nininho Vaz Maia

Nininho Vaz Maia em Sevilha -Tablao