Breve Historial
Cebolais de Cima sempre teve fama de possuir gente alegre e prazenteira que tinha por hábito divertir-se e ocupar os seus tempos livres, dançando e cantando as suas belas melodias, que eram entoadas de improviso, tanto ao som roufenho do harmónio, como ao ritmo plangente da guitarra e do bandolim ou então ao compasso cadenciado dos arcaicos adufes.
Nestes cantares, eram invocados os mais variados temas de índole campesina ou então cerzidos verdadeiros hinos ao trabalho ou ainda produzidas acrisoladas manifestações de idolatrado amor. Estas exteriorizações poéticas, eram invariavelmente vazadas em sentidas quadras de redondilha maior, de saborosa frescura, fácil espontaneidade, aguçada brejeirice e acutilante sentido crítico.
Em 5 de Setembro de 1891, aquando da deslocação de el-rei D. Carlos e da rainha D. Amélia, a Castelo Branco, para inaugurarem a linha férrea da Beira Baixa, exibiu-se, frente à varanda do Palácio Tavares Proença, para deleite dos régios esposos e sua comitiva real, o Rancho Folclórico de Cebolais de Cima. Também em 1950, aquando do cortejo de oferendas para a Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, o garboso e donairoso Rancho de Cebolais de Cima, fez furor com a sua cadenciada marcha «Oh! Meu rico Cebolais».
Em Dezembro de 1968, levou-se a efeito uma sugestiva récita natalícia. Porém, os seus cantares, bailadores e tocadores, houveram-se com tanta harmonia, brio e galhardia, que logo surgiu a ideia de não se deixar morrer tão castiço conjunto, nascendo assim a intenção de se constituir o Rancho Etnográfico de Cebolais de Cima.
A partir daqui, sempre que havia, em Castelo Branco, e seu termo, manifestações folclóricas, festas populares ou outras manifestações artísticas, era certo e sabido que o Rancho Etnográfico de Cebolais de Cima era logo convidado a participar nestes certames recreativos, onde eram entoadas e dançadas as mais genuínas melodias, respigadas do vasto e precioso alfobre folclórico que se respira, na parte sul do Distrito de Castelo Branco.
Sócio fundador da Federação do Folclore Português, o Rancho Etnográfico de Cebolais de Cima, tem sido um lídimo representante da nossa região, quer na vulgaridade do acervo folclórico desta zona geográfica, quer na preservação das mais ricas melodias que se cantaram e dançaram em tempos de antanho.
O Rancho Etnográfico de Cebolais de Cima regista, anualmente, uma invejável carteira de convites, para participar nos mais variados e sonantes Festivais Folclóricos que se realizam no país, onde tem granjeado assinaláveis êxitos etnográficos, dada a genuidade e pureza dos seus trajes, danças e cantares, que interpreta com todo o rigor e absoluta fidelidade.Daí a projecção que alcançou e a aceitação que tem obtido, por parte das entidades que superintendem na plurifacetada actividade etnográficas do nosso país.
Tem organizado um festival Folclórico, onde têm participado os mais significativos ranchos do nosso folclore, em representação de todas as províncias portuguesas, razão porque este festival começou a figurar entre os certames que maior brilho têm na galáxia etnográfica lusitana.(in ranchoetnografico.wixsite.com/cebolaisdecima)