Dizem que lá por Lisboa A vida é boa, boa vai ela Só se vêem pelas ruas Catraias nuas, larilolela
Por isso como em Paranhos Há paus tamanhos que é de espantar Na Baixa ou no Arrabalde São de ramal os paus no ar
(REFRÃO)
Ó Senhor de Matosinhos Ó Senhora da Boa Hora Ensinai-nos os caminhos P’ra sairmos daqui p’ra fora (bis)
Santo Antoninho da Estrada Não digas nada de tudo isto Que até já sinto agonias Das porcarias que tenho visto
Ontem ali na avenida Uma atrevida de perna à bela Quis-me agarrar na mãozinha Mas coitadinha, levou com ela
(REFRÃO)
Ó Senhor de Matosinhos Ó Senhora da Boa Hora Ensinai-nos os caminhos P’ra sairmos daqui p’ra fora (bis)
+ interpretações
Ó Senhor de Matosinhos – Xico na Suiça – A alegria dos portugueses de Geneve
Ó Senhor de Matosinhos – Popular
Sr. de Matosinhos / Sra da Boa Hora
HISTORIA DO SR. DE MATOSINHOS
Segundo a tradição, a imagem do Senhor de Matosinhos é uma das mais antigas de toda a cristandade. A lenda diz que esta imagem foi esculpida por Nicodemos, que assistiu aos últimos momentos de vida de Jesus, sendo por isso considerada uma cópia fiel do seu rosto. A imagem é oca porque nela teria Nicodemos escondido os instrumentos da Paixão e, nesses tempos de perseguição, os objetos sagrados eram escondidos ou atirados ao mar para escaparem à fogueira.
Nicodemos atirou a imagem ao mar Mediterrâneo, na Judeia, e esta foi levada pelas águas. Veio dar à praia de Matosinhos, tendo perdido um braço na viagem. A população de Bouças ergueu-lhe um templo e designou a imagem por Nosso Senhor de Bouças, venerando-a durante 50 anos pelos seus muitos milagres.
Mas um dia, andava uma mulher na praia de Matosinhos a apanhar lenha para a sua lareira, quando encontrou um pedaço de madeira que juntou aos restantes. Em casa, lançou-o várias vezes ao fogo e de todas ele saltou da lareira. A sua filha, muda de nascença, fazia-lhe gestos desesperados para dizer qualquer coisa e, por fim, balbuciou, perante o espanto da mãe, que o pedaço de madeira era o braço de Nosso Senhor das Bouças.
Assombrada pelo milagre, a população verificou que o braço se ajustava tão bem à imagem que parecia que nunca dela se tinha separado.
No século XVI, a imagem foi mudada para uma igreja em Matosinhos, construída em sua honra, ficando a ser conhecida por Nosso Senhor de Matosinhos.