Castelo de Beja – Cante Alentejano – Letra – Cante Alentejano

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(Vamos Fazer) O Que Ainda Não Foi Feito – Pedro Abrunhosa (Letra)
4 Janeiro, 2018
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Se fores ao Alentejo, Cantares Alentejanos
4 Janeiro, 2018
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Castelo de Beja – Cante Alentejano – Letra – Cante Alentejano

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Eu hei de ir, hei de ir,
Eu hei de ir andando.
Tu hás de ficar,
Tu hás de ficar,
Em casa chorando.

Castelo de Beja,
Subindo lá vais.
Tu metes inveja,
Castelo de Beja,
Às águias reais.

Às águias reais,
Tu metes inveja.
Subindo lá vais,
Já não sobes mais,
Castelo de Beja.

Minha terra é Beja,
Não posso negar.
Todos me conhecem,
Todos me conhecem,
Pelo meu cantar.

Castelo de Beja,
Subindo lá vais.
Tu metes inveja,
Castelo de Beja,
Às águias reais.

Às águias reais,
Tu metes inveja.
Subindo lá vais,
Já não sobes mais,
Castelo de Beja.

Vozes de Luis e Mariana Aleixo

Castelo de Beja – Musica Tradicional do Alentejo

Apresentação do Projeto Mestre Cante no Cine Teatro Pax Julia em Beja, no dia 28 Novembro de 2014

A cidade de Beja apresenta uma longa história que se alicerça em torno do actual castelo. A Pax Julia romana estruturou-se a partir de uma pequena elevação onde se pensa ter existido um oppidum. Esta primitiva muralha é ainda bastante desconhecida, devendo ter planta quase circular, nas palavras de André de Resende, mas cuja real dimensão e tipologia ainda não está definida.
As informações que depois nos chegaram relativas à Alta Idade Média revelam-se ainda menos esclarecedoras. No século V, a disputa aberta entre Visigodos e Suevos chegou às portas de Beja. Durante o período islâmico, as múltiplas rebeliões internas que eclodiram na cidade fizeram com que as tropas fiéis ao Emirato e ao Califado atacassem as suas muralhas, acções que ditaram mesmo o início do declínio de Beja no contexto regional do Sudoeste peninsular. E mesmo em 1162, Fernão Gonçalves e alguns cavaleiros de Santarém apoderaram-se da região durante escassos anos. Neste panorama, é certo que a primitiva cerca romana foi parcialmente destruída e refeita mais que uma vez, mas a rigorosa análise do existente e do arqueológico não está ainda efectuada.
Indicações mais concretas sobre o castelo de Beja datam já do período português, mais concretamente do reinado de D. Afonso III, a quem se deve a reconstrução do castelo e respectiva actualização arquitectónica com vista às novas exigências de guerra. As obras, contudo, haveriam de se prolongar pelo reinado de D. Dinis e ainda em 1372 D. Fernando ordenava ao mestre da Ordem de Santiago que procedesse a obras na fortaleza.
A localização estratégica da cidade na vasta planície do Baixo Alentejo demonstrou a importância do castelo de Beja ao longo dos séculos, sendo mesmo restaurado na segunda metade do século XVI, quando a sua tipologia medieval se mostrava já obsoleta perante as exigências pirobalísticas do momento. Em total decadência no século XIX, altura em que passou a servir de prisão militar, o castelo foi integralmente restaurado pela DGEMN nos meados do século XX, desafogando-se então as suas muralhas de construções então adossadas e beneficiando-se extraordinariamente a sua torre de menagem.
De planta pentagonal, o castelo afonsino-dionisino compunha-se de duas portas fundamentais, abertas a nascente e a poente da alcáçova e seis torres defensivas, uma das quais a de menagem. Bastante mais complexa era a cintura de muralhas que delimitava o núcleo urbano, uma cerca que integrava mais de quarenta torres e quatro portas principais (portas de Évora, de Mértola, de Avis e de Aljustrel) a que se acrescentaram mais três com o correr dos séculos (portas de Moura, de São Sisenando e da Corredoura). Crê-se que esta cintura de muralhas implantou-se sobre as antigas estruturas defensivas romanas (ESPANCA, 1993), mas também aqui não possuímos conclusões inteiramente seguras.
Actualmente, a imagem mais importante deste castelo é a sua imponente torre de menagem, estrutura quadrangular bastante robusta edificada no reinado de D. Dinis (de finais deste reinado segundo Mário BARROCA, 2002, p.84), de que terá mesmo existido uma lápide a indicá-lo. Com algumas obras nos séculos XIV e XV, esta torre organiza-se a três registos, sendo o último rodeado por ampla varanda assente em matacães, uma tipologia que encontramos poucos anos antes na igualmente majestosa torre de menagem do castelo de Estremoz.
(in Património Cultural)