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Sétima Legião
1 Abril, 2015
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Grupo Diva
1 Abril, 2015

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A Fúria do Açúcar

A Fúria do Açúcar é um grupo musical de entretenimento pop português, frequentemente associado ao humor. Formado em 1991 por João Melo, João Didelet e Renato Solnado começou por ser um agrupamento de café-concerto onde a música se misturava com sketches de humor; a partir de 1993, já só com músicos na sua composição iniciam uma carreira com inúmeros espectáculos em Portugal que culminam em 1996 com a primeira edição discográfica.

Os singles do segundo álbum de estúdio (O Maravilhoso Mundo do Acrílico), “Joana bate-me à porta” e “Eu gosto é do Verão” tornaram a banda conhecida, após algum sucesso do single “O Rei dos Matraquilhos” do primeiro álbum (Fúria do Açúcar).

Os A Fúria do Açúcar tornaram-se também a banda residente do programa da RTP 1 Riso, Mentiras e Vídeo, apresentado pelo próprio vocalista João Melo.

Eu Gosto É Do Verão · A Fúria Do Açúcar

A Fúria do Açúcar - Buraca

FÚRIA DO AÇÚCAR - Rei dos Matraquilhos

Beber beber beber

Joana Bate-me à Porta

FÚRIA DO AÇÚCAR - Batman

FÚRIA DO AÇÚCAR - Na Marinha

João Melo & Fúria do Açúcar - "Sou um Cromo"

O Detective (Dono Desta Espelunca)

Fúria do Açúcar

PRIMEIRA VIDA

1991- Depois de alguns meses de ensaios, numa quinta-feira, dia 21 de Março de 1991 o músico João Melo, juntamente com os actores Renato Solnado e João Didelet apresentaram no bar do Chapitô em Lisboa o seu primeiro espectáculo de café-concerto sob a designação de Fúria do Açúcar; nascia a primavera e uma lêndea, perdão, uma lenda!

Rapidamente se tornam num sucesso da noite lisboeta e são contratados pela Região de Turismo do Algarve para fazer espectáculos de rua diários em palcos montados nas principais localidades do Algarve, durante Julho e Agosto desse mesmo ano. A revista do Expresso, num trabalho jornalístico sobre as férias refere que “no Algarve a diversão na rua é muita e tanto nacionais como estrangeiros, cantam a plenos pulmões Caga Nisso”, um tema que ainda hoje faz parte dos espectáculos ao vivo d’ a Fúria do Açúcar; o outro exemplo dum tema desta época ainda tocado é o “Batman”.

1993- Durante os próximos dois anos e meio, este espectáculo voltaria à rua no verão algarvio enquanto no resto do ano ia passando semanalmente por bares lisboetas como Bruxa-bar e Álcool Puro, e ainda outros pelo país fora, festas particulares e até alguns concertos fazendo a primeira parte de bandas de pop-rock. Ao fim de dois anos e meio, o grupo dilui-se: primeiro, pelo seu carácter sui-generis que não encaixava em nenhum formato existente na altura, não permitindo a sua progressão, depois, pelo cansaço dos elementos, cada vez mais virados para as suas áreas de expressão artística favoritas.

SEGUNDA VIDA

1994- Após meio ano parados e devido aos incessantes pedidos para espectáculos, João Melo resolve refundar o grupo mas apenas com músicos; passa então a ser constituído por Ruca Rebordão na bateria, Múcio Sá na guitarra e Filipe Larsen no baixo, além do próprio João Melo na voz, guitarra e teclas. A estrutura orgânica mudou radicalmente; ainda é estranha para os padrões vigentes mas para todos os efeitos, agora é uma banda musical. Como a metamorfose não alterou o sucesso e o grupo passou a enquadrar-se num formato tradicional de entretenimento, as perspectivas de crescimento futuro aparentam ser enormes. Antevendo um destino maior e num claro sinal de confiança no projecto, a primeira etapa legal desta nebulosa, perdão, desta fabulosa história foi concretizada a 16 de Agosto desse ano: a marca “Fúria do Açúcar” e o seu icónico símbolo, o raio do relâmpago são registados no Instituto Nacional de Propriedade Industrial.

1995- Com uma vida nova, a banda continua a fazer inúmeros espectáculos pelo país fora, passando por queimas de fitas, campanhas políticas e estabelecendo-se no início de 1995 na saudosa Gartejo em Lisboa, local onde chama a atenção de diversas editoras, que mostram interesse em estabelecer contratos de gravação. Em Julho desse ano, a Fúria do Açúcar assina pela Polygram, o trabalho é gravado entre Novembro e Dezembro e o primeiro single escolhido, o velhinho Batman sairá no ano seguinte. Para o primeiro CD que será editado em nome próprio, entram no alinhamento da banda as cantoras Elyza e Sónia Brazão. Participam ainda vários músicos convidados como André Dequesh, Márito, Quim M’Jojo, Camané, Jorge Cervantes, Nuno Faria, Miguel Gonçalves, Edgar Caramelo e Nanã Sousa Dias, as cantoras Dora Fidalgo e Isabel Campelo, o ex-furioso João Didelet e nos defeitos espaciais, os amigos Batata, Caixinha e Alexandra Gata.

1996- No dia 3 de Março de 1996 são feitas as filmagens do video-clip e sabemos exactamente a data porque está na net! Não por nós mas porque na manhã em que os elementos da banda, na primeira cena punham o pézinho na escada do helicóptero, um amigo fixe da produção lembrou-se de informar que os elementos do grupo Mamonas Assassinas tinham morrido nessa madrugada num acidente aéreo… Obrigadinho pá, nada como uma injecção de confiança à malta: “srs passageiros, benvindos ao voo Rio-Lisboa; o filme a exibir chama-se Mayday, desastres aéreos”. Em meados desse mês, o single Batman começa a passar na Antena 3.

Até parece mentira mas não é: na manhã de 1 de Abril de 1996, o video-clip do single Batman é enviado para as televisões e em poucas horas começa a passar em todos os telejornais do dia na SIC e na TVI! A RTP olhou para o lado, perdeu o comboio e ainda hoje não o encontrou… É salientado o facto de ser “uma banda nova que promete revolucionar o panorama musical nacional”; as mentiras desse dia já não nos recordamos quais foram… Também deve ter contribuído para a relevância jornalística o facto do vídeo supostamente satirizar a Igreja Universal do Reino de Deus, então muito envolta em polémicas.

A imagem final do CD acaba por não reflectir as nossas ideias iniciais e foi totalmente dirigida pela editora; entre outras coisas pouco convencionais para a época, pretendíamos que, em vez da tradicional embalagem de plástico, o CD fosse distribuído numa lata que simulasse uma embalagem de rebuçados ou pastilhas mas foi desde logo recusada, por causa dos custos adicionais que acarretaria… A “fulanização” da capa (com a foto e o nome de João Melo) também não foi do nosso agrado; preferíamos uma embalagem com lettering e aspecto de caixa de doces, sem fotos de ninguém, apenas o nome da banda. Sem opções ou força negocial (éramos estreantes sem ter provado coisa nenhuma até aí), a única coisa que conseguimos impor foi a deformação da foto de João Melo e a utilização de cores fortes e contrastantes.

Em Maio a Polygram decide lançar o segundo single, Buraca, que vem acompanhado de uma remistura feita pelo DJ Nuno Miguel, a Buraka Mix e uma entrevista de 5 minutos com João Melo. Em Julho é lançado o terceiro single, o Rei dos Matraquilhos (e ainda bem) que vem acompanhado de duas remisturas de João Melo e Jorge Cervantes: Matrekno-Radio Edit e Matrekno-Club Mix. As duas remisturas têm a participação vocal da cantora Mariza; a versão Matreko-Radio Edit teve um enorme sucesso nas rádios permanecendo durante meses no top ten das tabelas de air-play.

1997- Entre Novembro de 96 e Janeiro de 1997, a Fúria do Açúcar entra novamente em estúdio para gravar o seu segundo CD de originais, “O Maravilhoso Mundo do Acrílico”. Se o primeiro trabalho era o culminar duma salada russa de ideias que foram sendo cozinhadas ao longo de 5 anos, o novo foi todo pensado de raiz após o êxito do antecedente. No primeiro, a editora usou poucos recursos, no fundo era só para ver no que dava, desbravar caminho; ao segundo estaria destinada a tarefa de consolidar o projecto: disponibilizou-se mais dinheiro, mais tempo para o produzir, mais cuidado com a qualidade dos profissionais envolvidos e o resultado vê-se! A capa do CD é, para nós, uma das melhores de sempre jamais feitas em Portugal, obra dum amigo, o arquitecto José Freitas, com fotografias de Kenton Tatcher. O video-clip do primeiro single, Joana bate-me à porta, técnica e artisticamente é excelente, realizado por Nuno Tudela.

Para este CD, saíram da banda as cantoras entrando o guitarrista Luís Fagulha e o baterista Manuel Costa Reis; Ruca Rebordão passou para a sua área de especialidade, a percussão, libertando-o para assumir uma postura cénica mais activa em palco. Na gravação participam também os músicos Bernardo Moreira, João Balula Cid, Tomás Pimentel, Miguel Gonçalves, Jorge Reis, Edgar Caramelo, Claus Nymark, Ricardo Dias e Jorge Cervantes, as cantoras Katia Gueorgieva e Mariza e os amigos Batata, Caixinha e Alexandra Gata. O primeiro single “Joana bate-me à porta” sai em Maio.

O acrílico representa não uma verdadeira jóia mas antes uma espécie de bijuteria industrial, um falso brilho e transparência ao gosto das massas. “O Maravilhoso Mundo do Acrílico” é aquilo que poderemos chamar um concept-album e embora tenha arranjos diferentes em todos os temas, a espinha dorsal é comum: uma crítica divertida à sociedade de plástico, à superficialidade pateta, à assimilação e reprodução do óbvio sem análise crítica, ao gosto formatado, à prevalência da forma sobre o conteúdo, ao consumo que julgamos livre mas é condicionado. É claro que nunca na vida esperaremos que alguém reconheça estas características numa letra como, por exemplo, a de “Eu gosto é do verão” mas também não interessa nada, sobretudo quando se tem sucesso: a forma mais uma vez venceu o conteúdo… O facto é que está lá tudo e foi com base nestas premissas que se criou o resultado final que toda a gente conhece.

Embora não concordássemos com a escolha do primeiro single, aceitámo-la mas quando chegou a altura de escolher o segundo fizemos uma enorme pressão para que fosse “Eu gosto é do verão” já que o feed-back do público nos espectáculos era excelente; a editora nunca concordou até que um dia cedeu, lançou-se no final de Junho e o resto é história. A maior prova de que nunca acreditaram é que este tema nem sequer tem um video-clip, parece que o investimento parou no momento do lançamento do primeiro single e paradoxalmente ao sucesso, este foi também o CD menos vendido da carreira d’ a Fúria do Açúcar! Não somos experts em gestão mas talvez tenha ajudado um bocadinho a explicar este cenário o seguinte acontecimento: na altura em que “Eu gosto é do verão” “explodiu” pela primeira vez nas rádios o CD esteve esgotado 4 meses sem nunca ter sido reposto! Só o descobrimos posteriormente… Com as autorizações e direitos mecanográficos a serem usados nos mais diversos meios, ao longo dos anos temos vindo a pagar uma parte dos ordenados aos funcionários da editora, “à pala” duma obra que sempre negligenciaram!

No final do verão, a Fúria do Açúcar é convidada para banda residente dum novo programa de entretenimento produzido para a RTP, o Riso, Mentiras & Vídeo; em cada um dos programas a banda faria um playback dum tema do seu próprio repertório. Ao mesmo tempo, João Melo é convidado para fazer um casting com vista a apresentá-lo; ganhou o casting e ficou a acumular as duas funções: apresentador e músico. O programa vai para o ar no começo da época de Outono e permite uma exposição sem precedentes do nome e do trabalho duma banda; o mais engraçado é que a produtora desconhecia a Fúria, fomos indicados por uma outra banda do género que recusou o convite alegando que a televisão não era um meio adequado à sua imagem…

1998 – Este foi o ano da Expo com centenas de concertos para todas as bandas nacionais e… para nós também. Houve mais mexidas no alinhamento, ficando apenas João Melo na voz e Ruca Rebordão nas percussões; entraram Miguel Mascarenhas – guitarra, Marcos Britto – baixo, Caio Oliveira – bateria, Jorge Cervantes guitarras e teclas e Ciro Bertini – teclas, uma formação que se iria manter estável durante vários anos.

1999 – Desta vez as mexidas aconteceram na editora: mudou de mãos, de nome e de gestão; era a Polygram e agora passava a Universal Music. Com a promessa de melhor gestão da carreira editorial assinámos um novo contrato mas rapidamente percebemos que não era bem assim. Entre Fevereiro e Março gravámos o novo trabalho, “Azul Banana” (a nova cor da moda) que contou também com a participação de músicos já “repetentes” como Manuel Costa Reis, Múcio Sá, Tomás Pimentel, Miguel Gonçalves, Jorge Reis, Edgar Caramelo e Claus Nymark e os novos Nelson Cascais e Sertório Calado; mais uma vez colaboraram também os nossos amigos Batata e Caixinha, bem como Carlos Ho e Michel. O exuberante e talentoso estilista Joel Reigota passou a vestir a Fúria, conferindo uma imagem única e irreverente que casava na perfeição com o carácter da banda; a capa foi concebida por Alecia Sudmeyer e as fotos são de Luís Magone. Este trabalho tem uma particularidade: fizemos um convite público aos nossos fans para aparecerem no estúdio, e gravámos com eles um tema que aparece no CD como faixa escondida.

Naquela época, as boas masterizações eram feitas em Londres e saíam muito caras, então tivemos a ideia, pelos vistos pioneira, de experimentar masterizar em Madrid; afinal, juntamente com Miami é a capital do segundo maior mercado de música, o hispânico e já há muitos anos que havia inúmeros trabalhos de qualidade mundial nessa área. Certamente não ficaria muito caro e poderia rivalizar tecnicamente com trabalhos nacionais de muito maior orçamento masterizados em Londres; porque é que ainda ninguém pensou nisso? Apesar de termos mail e uma Web Page da banda há mais de um ano, a internet ainda era algo um pouco exótico e não havia cá Googles nenhuns. Fomos aos TLP (para quem não sabe era a companhia dos telefones) no Rossio, ao lado da famigerada loja da Valentim de Carvalho e pedimos a lista telefónica de Madrid; falámos com alguns estúdios e decidimo-nos praticamente às escuras pelo Eurosonic. De facto não era nada caro, quando lá chegámos vimos uma série de troféus Emmy por masterizações em cima dos móveis e percebemos que tínhamos acertado em cheio! Quando por cá se soube da “esperteza”, vários colegas pediram-nos o contacto do estúdio que cedemos com muita gosto; entretanto já ouvimos por aí dizer que a ideia partiu de outras pessoas mas é curioso que tenham escolhido o mesmo estúdio, se antes de nós nunca lá tinham estado portugueses a masterizar e também não era o único que havia em Madrid, caramba… Se tivessem mencionado o nome de outro estúdio, agora estaríamos nós com dúvidas sobre quem foi o primeiro a lembrar-se.

Dum conjunto de 4 fortes potenciais singles entregues às rádios, o veredicto foi unânime e o esperado por todos os agentes do meio: é o “Rei dos Frangos”! Incorpora o som, o espírito da banda e é “orelhuda”. Mandaram-se fazer 400 singles (outros tempos) para distribuir pelas rádios e o video-clip seria feito em animação virtual pelo Tiago Bola que já tinha preparado um excelente grafismo, adequado ao tema. Duas semanas depois, num espectacular volte-face, o então novo administrador da Universal comunica-nos que distribuíram os singles pelas rádios, o tema não pegou, ele tinha decidido unilateralmente que seria o “Na Marinha” (uma brincadeira nossa de fundo do CD que nem estava nos 4 potenciais) e já tinha mandado mudar o video-clip… Ficámos estupefactos: afinal ninguém gostou? Mas foram as rádios que escolheram… A passagem de tema dum KFC para o mar implicou mudanças estilísticas e acrescidas dificuldades com a animação, obrigando a banda a trocar totalmente a imagem de irreverência projectada pelo estilista; também unilateralmente, decidimos comprar fatos de marujo para assumir a música, não queríamos meter água com a imagem, afinal era o “nosso barco” que estava em causa. Meses mais tarde, entre o refugo amontoado no escritório da promoção para ir para o lixo, encontrámos 2 caixas, uma praticamente intacta e outra ainda fechada com os tais 400 CDs que “foram distribuídos às rádios e ninguém quis”… Quisemos nós e têmo-las connosco, como monumento ao capricho tirânico e à incompetência.

Enfim, o “Na Marinha” foi o que foi. Por acaso acabámos por ter grande exposição mediática na televisão porque os fatos de marinheiro ficavam bem no “boneco”: passámos a ser idolatrados pelo público da terceira idade (que descobrimos terem um fetiche pelos fatinhos de marujo, oh yeah), air-play na Rádio Renascença, espectáculos ao vivo a cantar o Rei dos Frangos com a roupa do Reigota… enfim: uma colossal confusão! Tudo porque tínhamos a mania de em todos os CDs nos darmos ao luxo de fazer um ou dois temas absurdos, só por gozo, que nunca esperamos que venham a ter protagonismo de single; é certo que a lenha com que nos queimámos era nossa mas também há facas numa casa e ninguém espera que sejam usadas para cortar os pulsos! Neste CD tivemos o azar de nos cruzar com um novo administrador, holandês, vindo dum país das Caraíbas, que desdenhava os portugueses, insensível às especificidades do mercado nacional e em particular à identidade da banda. Onde é que ele anda agora?… Eis a imagem mais forte que retemos deste cavalheiro: depois de travar batalhas internas e ter conquistado o poder absoluto na administração, embriagado numa festa, dizia que ia dançar em cima da campa do principal rival afastado…

2000/2002 – A partir deste literal enterro da nossa carreira, afastámo-nos do sector editorial mas continuámos com uma agenda bem preenchida de espectáculos, daí também a banda ter-se mantido coesa: “casa onde há pão, todos ouvem e todos têm razão”… Aos poucos, a vida profissional de João Melo foi-o levando para caminhos diferentes da música e sem novidades ao nível editorial o projecto foi perdendo gás.

2003 – Como a exposição televisiva de João Melo estava em “alta”, a editora Som Livre propôs a edição dum novo trabalho da Fúria, pensando capitalizar esse mediatismo em vendas de CDs; não havendo ideias muito claras quanto ao projecto em termos de promoção do trabalho, João Melo optou por aceitar gravar desde que fossem remisturas ou retoques de temas antigos e apenas compusesse um tema novo; não queria mais músicas atiradas para o baú do desconhecimento. Sem surpresas, a nova música é isso mesmo, “Desconhecido” e como o resto do repertório pertencia à anterior editora, o 4º CD é editado sob uma parceria Som Livre/Universal; sai em Setembro. Porque as músicas foram todas retocadas, o álbum chama-se Plastica (em latim, sem acentuação aguda no “a”, que significa arte de modelar) e tem a participação dos antigos músicos da banda mais os convidados Ernesto Leite, Mário Neves e Osvaldo Pegudo, o dj Cruz Fader e os amigos Batata e João Melo (pai); o design gráfico foi de António Faria da Golpe de Estado. Apesar de raramente o termos ouvido e visto à venda, as vendas correram bem, segundo dados da editora, e a relação, sem ser excitante, pelo menos foi tranquila.

Desde o começo da segunda vida até ao término da mesma, tocaram ao vivo com a Fúria inúmeros músicos, esperamos lembrarmo-nos de todos e aqui ficam os seus nomes para figurar no mural:

João Melo, Ruca Rebordão, Múcio Sá, Zeca Neves, Paulo Magalhães, Marino Freitas, Filipe Larsen, Zezé N’Gambi, Mário Garnacho, Sónia Brazão, Elyza, Mariza, Genoveva Faísca, Tahina, Quim M’Jojo, grupo de percussões Ngoma Makamba, Manuel Costa Reis, Luís Fagulha, Jorge Cervantes, Marcos Britto, Caio Oliveira, Miguel Mascarenhas, Ciro Bertini, Miguel Camilo e Nelson Sobral.

Algumas pessoas passaram pela equipa “de estrada” mas durante anos a fio mantivemos nos espectáculos uma equipa técnica coesa e praticamente inalterada que contribuiu mais do que se possa imaginar para o nosso sucesso em palco: Ruca-road manager, (So)Vasco-técnico de som da frente, Luís Coutinho-técnico de palco e Prates-o homem da carrinha.

2004 – Em Janeiro morre o nosso querido amigo Batata, “eminência farta” do núcleo duro, uma presença inspiradora e constante desde o primeiro dia de existência da Fúria, e a partir daí João Melo resolve ligar o botão de stand-by da banda.

TERCEIRA VIDA

2010 – No final do ano é proposto o desafio de reunir a Fúria para o espectáculo de passagem de ano no Terreiro do Paço em Lisboa, onde iria actuar antes dos Xutos e Pontapés. A experiência foi tão gratificante e o sentido de propósito da Fúria tão grande, que João Melo rapidamente começou a cozinhar um retorno.

2011 – Durante esse ano são compostas quase todas as músicas do futuro CD; em Julho, o trabalho de imagem e comunicação é entregue a dois amigos criativos da área da publicidade, Isaac Afonso e Tiago Cruz que concebem um projecto que se pretende mais coerente e eficaz do que foi no passado. De acordo com as características pessoais dos elementos da banda, do som actual e de como pretendemos comunicar, é criado o conceito de super-herói; o som é rotulado de retro-progressivo, uma vez que a nova filosofia do projecto é ir beber influências de todo o género ao passado e integrá-las na actualidade de modo a projectar o futuro. A partir de Setembro, o novo trabalho é mostrado às editoras, as negociações arrastam-se por muito tempo com duas propostas válidas mas diferentes entre si.

2012 – “Água dura em mole que fura, tanto dá até que pedra” e assim finalmente assinámos com a iPlay, mais de meio ano depois de termos feito o périplo das editoras; em Junho entrámos em estúdio para começar a gravar.

No trabalho de estúdio, desde a gravação do primeiro CD até ao último, “A Fúria contra-ataca”, o técnico de som nunca foi outro senão o nosso amigo Jorge Cervantes. Além de ser um grande guitarrista e multi-instrumentista, esteve sempre na vanguarda da tecnologia e do conhecimento; durante alguns anos chegou a fazer parte da banda mas as múltiplas solicitações como técnico de excelência que é, levaram-no a dedicar-se quase exclusivamente a esta área. Porque isto é uma banda de afectos mas também porque a amizade não pode desleixar a competência, não temos imaginado gravar com outra pessoa que não ele.
(in facebook)

A Fúria do Açúcar +

Videos

 

Discografia

Fúria do Açúcar (Polygram, 1996)
O Maravilhoso Mundo do Acrílico (Polygram, 1997)
Azul Banana (Universal, 1999)
Plastica (Universal/Som Livre, 2003)
“A Fúria contra-ataca” (iPlay, 2013)

Musicos

João Melo – vocais, composições
Luís Bento – bateria
Markus Britto – baixo
João Rato – guitarra e teclas
Filipa Lopes – violino

(info: wikipedia)