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Grupo Diva
1 Abril, 2015
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Capicua
27 Março, 2015

Diabo na Cruz, Contactos, Bandas, contactos, fotos da banda, musica moderna, concertos, contacto dos Diabo na Cruz

Virou transformou-os num fenómeno. Com o álbum de estreia e canções onde a música e o imaginário tradicional se cobriam de energia rock, os Diabo na Cruz chamaram a si todas as atenções. Roque Popular, o segundo álbum, foi segundo passo no mesmo trilho. Estávamos em 2012 quando foi editado. Mais discretos, os Diabo na Cruz de Jorge Cruz foram trabalhando metodicamente no regresso.

Em 2014, chega então Diabo na Cruz. Álbum homónimo, como que assinalando um novo começo. A primeira fase está lá atrás. Agora, mantendo o cuidado da lírica, a energia rock ou o som da braguesa em fundo, os Diabo Cruz transformam-se sem metamorfose. Reconhecemo-los imediatamente. Mas são outros estes que ouvimos. Podem confirmá-lo no streaming do álbum que o Ípsilon manterá até à data de edição do mesmo, dia 10 de Novembro

(in DN)

 

No dia 21 de Maio de 2019, o fim dos Diabo na Cruz foi anunciado através de um comunicado. A banda deixou de existir no final da digressão de 2019, em Óbidos no dia 18 de Outubro desse mesmo ano, digressão essa que foi feita sem o vocalista e fundador Jorge Cruz, entrando Daniel Mestre na guitarra elétrica e Sérgio Pires como vocalista e guitarrista na viola braguesa.
(in Wikipedia)

Diabo na Cruz - Vida de Estrada no Coliseu dos Recreios (excerto)

Diabo na Cruz - Fecha a Loja no Coliseu dos Recreios (excerto)

Entrevista Diabo na Cruz

Altamont

…Que é explorar uma certa relação difícil que temos com as nossas origens?

Exactamente. Tu dizes dessa maneira, numa só frase, uma das razões de esta banda existir.

Bom, falámos aqui muito de descontinuidades deste disco com os dois anteriores, mas há também uma clara continuidade, que é esse esse diálogo entre a tradição pop anglo-saxónica e a tradição da música popular portuguesa. Isso tem também uma tradição em Portugal mas vocês encontraram um caminho singular nessa linhagem. Essa essência será mesmo um traço de identidade inegociável que percorrerá todo o vosso caminho?

Penso que sim, não estou a imaginar isso a mudar. Porque isso também é bom para nós, dá-nos um sentido, razão para existirmos enquanto banda. Mesmo que já ninguém goste da nossa música vai haver sempre… Estamos a alicerçar-nos em algo que é rico, como falávamos na pergunta anterior. Uma banda para ter uma razão de ser, ter um som próprio, distinguir-se das outras, descobrir que tem algo para contribuir para a música em geral ou para o discurso artístico em geral, que lhe é próprio, isso é a maior conquista que qualquer pessoa artisticamente pode ter, portanto se nós já encontrámos, e encontrámos cedo, não é algo de que vamos abdicar porque é algo importante para nós.

Nesse sentido, sentes-te um filho do Zeca Afonso?

Sim! Eu digo isso como o Caetano diz isso do João Gilberto. Às vezes nós somos é mal interpretados, parece que puxamos isso para a política, não é nada disso. Mas é um bocado reclamar, como o Caetano reclamou Gilberto para o início do tropicalismo.

Por falar no tropicalismo, há vários pontos de contacto entre o exercício que vocês fazem e o que o Caetano e o Gil fizeram com o tropicalismo. Um deles é essa visão descomplexada de fundir tradições diferentes, a outra é fazer um certo flirt com o que os cânones consideram ser o mau gosto, e fazê-lo também de forma descomplexada. Na vossa música “Moça Esquiva”, que tem aquele sintetizador e toda uma ambiência mais kitsch, isso foi também um exercício deliberado de brincar com o que se considera o mau gosto?

Totalmente. Raramente vejo essa tua maneira de pôr as coisas aplicada à nossa música, mas tocas no cerne, mais uma vez, na razão de ser desta banda e das inspirações desta banda existir. E no caso da “Moça Esquiva”, usa um sample de gosto muito duvidoso, ainda para mais a puxar ao piropo fácil, arrisca bastante nessa área e pronto, é como tu dizes, há uma parte… Se calhar nós não vamos fazer, quer dizer, não temos 20 anos nem estamos nos anos ’60, isso deveria ter acontecido no nosso país, esta banda deveria ter existido pelo menos nos anos ’70, senão mesmo nos anos ’60. Nós não podemos fingir que lá estamos ou acreditar que podemos fazer revoluções que se tivessem de ter sido feitas já teriam sido feitas há mais tempo. Nós temos que fazer isto do ponto de vista dos 2000’s, neste caso 2014. Portanto, não vamos fingir que somos revolucionários da maneira que o Caetano e o Gil o fizeram, e chocar da mesma maneira, mas as razões são as mesmas evidentemente, tal como para eles havia a bossa nova e o tradicionalismo da bossa nova, havia o Jorge Ben e havia pessoal a fazer coisas modernas descomplexadamente, havia o Roberto Carlos, a Carmen Miranda. Para nós esse tipo de pessoas são.. sei lá, lá está, o Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Zé Mário Branco, Fausto, mas depois os Xutos e Pontapés, o António Variações, os GNR, depois o que foi feito mais tarde, Amélia Muge, os Gaiteiros de Lisboa… Flor Caveira. Tudo o que é a atitude do “do it yourself”, de independência quase punk. E isto aplicado à nossa música, a nossa ideia é abraçar tudo, se quisermos ir ao Emanuel e ao Quim Barreiros e ao Nel Monteiro também vamos. Isto é música portuguesa. Se nós tivermos uma música, já é uma conquista, é isto que nós temos para dizer.

Falaste aí do António Variações. No final da “Verde Milho” a canção soou-me a António Variações. Isso foi deliberado ou acidental?

É a primeira vez que me dizem isso. Não sei, não é deliberado. Aliás as referências, há um ou outro momento que nós podemos ter uma referência, às vezes até mais na escrita, em que estás a citar qualquer coisa e a chamar qualquer coisa. Musicalmente, não é tão frequente. Quando são coisas portuguesas eu acho que é sempre inconsciente, não tenho noção de fazer algo conscientemente, é algo que está assimilado. É um bocado a ideia do Tom Waits a tentar soar a Louis Armstrong e acaba por soar a Tom Waits. Quando tentas imitar acabas por soar a ti próprio e já nem pensas muito nisso, portanto não tenho muito a noção. O que é que te soou a Variações ali?

A maneira de cantar, o “dar e receber”…

Ah eu falo de “dar e receber”, é verdade. E quando pus isso lembrei-me do disco dele.

E é giro, nessa linhagem de que falámos, o António Variações de alguma forma teve alguma coisa de Diabo na Cruz. Ele era do Minho, trazendo a música popular portuguesa mas tinha também aquele fascínio com a Nova Iorque urbana e sofisticada, e fez um bocado essa ponte. Nesse sentido, sentes que em alguma medida o Variações foi um bocado pioneiro daquilo que vocês fazem?

Sem dúvida. E porque o fez de uma maneira… aí ele tem em comum connosco, ou com o que nós pretendemos fazer, algo que mais ninguém que trabalhou com a música tradicional eu encontro da mesma maneira, que é música pop, canções, refrões cantaroláveis, a estrutura da música pop. A mim interessa-me o Michael Jackson, os AC/DC, aquelas coisas monolíticas, impossíveis de esmagar. E o Variações é isso. É por isso que tu pegas nos lados B dele, nas músicas que ele não usou e fez-se um disco já nos anos 2000, dos Humanos, que tem um repertório que não há nenhuma banda em Portugal que consiga acumular assim dum momento para o outro, porque são canções muito, muito sólidas, fortíssimas. Nós estamos à procura de fazer canções fortes.

É interessante estares a falar nisso. Uma das características vossas é quererem fazer canções, serem assumidamente pop, não terem complexos de ter ganchos orelhudos que cheguem às pessoas. Por outro lado, a canção de que eu mais gostei no disco foi a “Azurvinha”, que é um bocado anti-pop, muito mais experimental, com aquela introdução quase krautrock, depois surge a viola braguesa, depois voltam os ruídos. Isso pode ser uma amostra do que o Diabo na Cruz no futuro também quer experimentar, ou pelo contrário estás mais fascinado pelo lado pop e não queres explorar esse experimentalismo?

Eu já tive de dizer isto noutros momentos – nós não podemos ser todas as bandas ao mesmo tempo. Às vezes apetece, e quando vais fazer um disco de 11 ou 12 músicas há sempre uma tentativa de respeitar um bocado a intenção ou a forma completa da banda e portanto haveria muitas coisas mais que poderíamos fazer e que não fazemos porque não dá para fazer tudo, também seria confuso para a banda e para as pessoas que nos ouvem. Mas respondendo mesmo à tua pergunta, para nós “Pop” é diminutivo de “popular”, é daí que vem. As canções populares tradicionais, a ideia que nós temos daquilo que é a tradição portuguesa em canção, são músicas orelhudas, que ficaram, que foram passadas de boca em boca, não foram gravadas e que eram de tal maneira interessantes e fáceis de memorizar, que foram cantadas de geração em geração. É essa a essência da Pop, algo que permanece dessa maneira. Agora, indo parar à “Azurvinha” e à viagem que se pode fazer desde a “Moça Esquiva”, eu sinto que isso é tudo Diabo na Cruz. Sinto que podíamos fazer um disco muito mais como ele é nas faixas 7, 8 e 9 – é propositadamente que é só nessas que o disco se transforma assim. Para mim eu até leio isso, no alinhamento, como uma desconstrução do disco pop que está a ser feito até ali e uma mensagem de “nós podíamos ter feito este disco se quiséssemos, este que está aqui”. E depois o disco levanta e volta a ser Pop no fim e o que me deixa feliz no disco, falando com modéstia à parte, é o facto de eu achar as últimas duas músicas tão fortes em termos pop e ter pensado, quando chegámos ao fim, se nós conseguimos fechar com estas duas músicas é porque o disco é bom de certeza.

Eu vi o vosso concerto no Tivoli e vocês tocaram pela primeira vez a “Saias” e aquilo entrou logo no ouvido e eu senti que era um clássico instantâneo.

Fixe, fixe. E o “Armário da Glória” é a música preferida de muita gente na banda. Que eu até acho que é a música mais Pop do disco porque é a que tem menos elementos tradicionais, tem um groove mais standard, pareceria de outra banda, e até esteve para não entrar no disco, por ser se calhar demasiado distante, não haver nenhum motivo que fosse evidentemente Diabo na Cruz, a não ser eventualmente a letra, mas houve uma insistência de dentro, entre nós, porque a música não nos saía da cabeça.

Para finalizar, quero falar de duas canções. Em “Duzentas Mil Horas” celebra-se o regresso a casa, às raízes, e a “Vida de Estrada” é um bocado o oposto- a fuga para a estrada. Foi deliberada a expressão quase de uma contradição destes estes dois pólos opostos?

Eu acho que é como aquelas séries que têm temporadas, a “Vida de Estrada” é a primeira época e a “200 Mil Horas” é a segunda época – da mesma série. E a “Duzentas Mil Horas” foi a última música, a última letra a ser escrita no disco, porque a primeira música [do alinhamento] devia responder ao que o disco é até aí. E para mim, do ponto de vista muito pessoal, decidi fazer uma música sobre regressar a casa, por ser Diabo na Cruz e o álbum chamar-se Diabo na Cruz. É é um disco bastante mais individualizado, em vez de estarmos a tentar abraçar o povo inteiro, as coisas são muito mais pessoais. Se pretendemos tocar os outros de forma universal, é sempre dum ponto de vista pessoal. A questão da casa aí é uma metáfora sobre a importância da casa-país, naquilo que enforma a nossa cultura e a experiência. Porque isto podia ser uma coisa um bocado retrógrada, num tempo como o de agora em que se viaja de avião por 10 euros, em que há internet, por que é que havemos de estar obcecados com um território tão pequeno? E portanto, pareceu-me rico começarmos por aí, pela casa. E a “Vida de Estrada” é a procura de uma casa fora dali, num sítio mais puro. E a “Duzentas Mil Horas” responde um bocado a essa pureza. Não são tão contraditórios assim, é um capítulo seguinte, quase como se a personagem já tivesse saído dali e depois de duzentas mil horas, de solas em brasa, finalmente encontra a sua casa.

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Diabo na Cruz eram
Bernardo Barata,
João Pinheiro,
João Gil,
Manuel Pinheiro,
Sérgio Pires
e Jorge Cruz

Diabo na Cruz – Musica

 

… “Roque Popular sabe ao que vem: ligar o campo a uma tomada de 220V e proclamar um mundo novo para a música popular portuguesa.” Time Out

“Roque Popular é uma grande festa, um baile sem vergonha que rouba o que lhe apetece, distorce o que quer e não descansa enquanto quem ouve não cair para o lado de cansaço.” Ípsilon

“Estamos na presença de música urbana feita com os pés bem assentes na nossa terra e com potência suficiente para abrir fendas profundas no solo mais resistente.” Bodyspace

“Virou! já era vibrantemente folclórico e urbano, Roque Popular escava essa relação um pouco mais fundo.” Expresso

“Diabo na Cruz ainda é um lugar de criatividade fervilhante. Vingam letras ricas e uma tendência irresistível para melodias que cumprem a função para a qual foram designadas: morar no ouvido até à próxima temporada” Blitz

“O ritmo da música popular portuguesa tem algo que casa muito bem com o rock. Os Diabo na Cruz conseguiram percebê-lo, primeiro, e, depois, executá-lo com sabedoria e muita festa” Metro

“Roque Popular é a declaração de intenções assumida de uma banda que continua a ser líder de um pelotão de rock regionalizado. É nessa convergência geográfica entre o rock e as tradições que continuam imbatíveis.” Diário Digital

“Este roque dá vontade de dançar e isso, já se sabe, é bem bom.” i

“É um álbum do presente. Sobre nós e para nós. Não há palavras ditas ou cantadas ao acaso. É (mais) uma forma de mostrar que há quem não se conforme e que está a usar as armas à sua disposição para se fazer ouvir. É um belo álbum, é o que é.” Rua de Baixo

“A portugalidade cantada volta a ser, em Roque Popular, o mais cativante em relação aos Diabo na Cruz. O Portugal rural, o Portugal pimba, o Portugal das feiras, o Portugal envelhecido e triste mas com uma força de espírito deste tamanho. O fado português devia ser este.” Edição Limitada

“Os Diabo na Cruz são, possivelmente, o melhor projecto que surgiu na Música Portuguesa desde os Ornatos Violeta. O supergrupo de Jorge Cruz está a criar uma obra que figurará no futuro como uma das mais interessantes de sempre na Música Portuguesa!” Work-song

“Roque Popular é um grande disco. São 10 canções, e quase todas têm potencial para ser singles, para rodar até nas rádios mais quadradonas.” Altamont

“Bomba-Canção e quase todo o material dos geniais Diabo na Cruz é como fogo de artificio artesanal: é tão interessante como dizia na embalagem mas torna-se fantástico quando nos escapa ao controlo.” Anita Vai ao Mel

“Desde cantautores mais antigos e estabelecidos como Sérgio Godinho, Fausto ou Vitorino que um grupo musical não trazia tão bem a música tradicional para o burburinho da cidade e para o seu caos de música moderna em constante evolução. Essa ponte foi finalmente reconstruída, fortificada ou acabada pela banda de Jorge Cruz.” BandCom

“Diabo na Cruz é rock. É pop. É português e popular e soa a popularucho. Mas é bom. Os Ramones da aldeia são os heróis da noite” Eu e o Meu Ego

“Ao contrário de quase todos os músicos do seu (nosso) tempo, os Diabo na Cruz acordaram do sonho Ocidental no pesadelo do tal Portugal real que os políticos evitam, temem ou fazem por ignorar. E por isto se rebelam, fazendo-o como quem não pode deixar de amar desesperadamente – a cultura, o país. Se continuarem por estes trilhos, arriscam-se a ser, não apenas uma grande banda roque, mas também dos mais lúcidos olhares sobre o Portugal que sempre nos teima em fugir, mesmo nunca saindo do mesmo lugar.” Copyfónico

(in Facebook Oficial)

Contactos Diabo na Cruz