Grupo de Folclore da Casa do Povo do Caniçal, Ilha da Madeira

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Grupo de Folclore da Casa do Povo de Gaula, Madeira
28 Dezembro, 2016
Rancho de Caçador, Ranchos de Viseu, Ranchos de Mangualde, Ranchos Portugueses, Contactos de Ranchos, Grupos Folclóricos
Rancho Folclórico do Caçador, Viseu
27 Dezembro, 2016

Historial

Grupo de Folclore da Casa do Povo do Caniçal

“Avança S. Lourenço” disseram os navegadores quando se aproximavam daquela ponta escondida pelo mar dentro.
O nome ficou Ponta de São Lourenço, o mesmo que tinha a embarcação, na qual navegavam os descobridores.
Dali se avistava a povoação que contrasta com as demais da Região, pelo seu aspecto árido e agreste. É o Caniçal, vila no extremo leste da ilha. Outrora isolada, o seu único caminho aberto era o mar.
Na década de 50, a população do Caniçal via concluída a ligação terrestre até Machico.
Durante algumas décadas os caniçalenses viram melhoradas as condições de acesso à sua vila através de um túnel amplo o que lhes facilitam o contacto com o resto da ilha.
Contudo em 2004 foi inaugurada a via rápida que veio proporcionar ainda uma comunicação ainda mais rápida e eficaz facilitando um maior fluxo turístico durante todo o ano para apreciar a paisagem, o Museu da Baleia, a praia de areia “Praínha” e a gastronomia da qual se destacam os mariscos, o peixe fresco e o gaiado seco.
Actualmente, como outrora, grande parte da população dedica-se à pesca, mas a Zona Franca e Industrial da Madeira, veio trazer outras opções de vida e é de notar uma rápida transformação nos hábitos deste povo.
Num desejo de manter vivos usos e costumes deste canto, em tempo isolado e com características muito próprias, surge o Grupo de Folclore da Casa do Povo do Caniçal. As suas mentoras Augusta Alves, Catarina Aveiro, Alcinda Moreira e Filomena Alves, percorreram o Caniçal, de ponta a ponta, para recrutar elementos que compusessem o grupo. No início não foi fácil porque os jovens estavam pouco sensibilizados para integrar um projecto com as características inerentes a um grupo de folclore. Foi mesmo necessário incentivar os familiares mais próximos (irmãos, primos, sobrinhos…), para poder levar adiante e concretizar esse sonho. Actualmente constatamos com alegria que alguns desses elementos ainda fazem parte da composição do grupo e há sempre gente nova a querer participar.
Aproveitando as “Enciclopédias Vivas” existentes e alguma bibliografia, foi feita uma pesquisa sobre as músicas, canções e bailados, não esquecendo o trajo.
O Grupo de Folclore da Casa do Povo do Caniçal fez a sua apresentação oficial, como tal, em 4 de Julho de 1993, mas desde Janeiro de 1991 apresentava-se como Grupo Recreativo.
É composto por cerca de 40 elementos, com idades compreendidas entre os 2 e os 80 anos, na maioria jovens.
Actua com instrumentos de corda (rajões, braguinhas e viola), bombo, ferrinhos, pandeiro, brinquinho/Sofia; castanholas e acordeão.
Este Grupo tem um vasto repertório que inclui jogos de roda, cantigas e bailados, sendo o maior número alusivo a esta vila.
Tem um rico palmares de actuações em toda a região incluindo o Porto Santo, em iniciativas promovidas por entidades privadas e oficiais.
Participou no Festival Folclórico Luso Espanhol de Côja – Arganil em 1994 e em 1995 recebeu na Madeira o grupo responsável pelo referido festival. Ainda em 1995 deslocou-se a S. João de Ver – Granja, para participar num Festival Nacional de Folclore e no Encontro de Folclore de Escapães.
Em 1996 recebeu o Grupo de folclore da Granja – S. João de Vêr, na sequência do intercâmbio iniciado no ano anterior.
Representou Portugal num Festival Internacional em Soller – Maiorca e em todos os intercâmbios deixou grandes amizades e uma ligação muito forte.
Em 1997 esteve presente na recepção feita, no Caniçal, ao Exmo. Sr. Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio.
Participou na cerimónia do dia da Região Autónoma da Madeira na Expo98.
Ainda em 1998 concretizou a realização de mais um sonho que foi a gravação de uma cassete e de um CD com algumas das suas belas músicas.
Em 1999 participou no Festival Internacional de Pinheiros – Monção e em Boticas.
Em 2003 fez um intercâmbio com o grupo de Danças e Cantares Regionais da Feira e participou no Festival Internacional de Arouca.
Em Setembro do mesmo ano deslocou-se ao Porto Santo para um encontro de Folclore.
Entre 21 e 24 de Agosto de 2004, participou na V Feira das casas do Povo da Região Autónoma da Madeira, que decorreu em S. Vicente, organizada pela ACAPORAMA. Neste mesmo ano, mais precisamente a 31 de Agosto, participou na Semana Europeia da Cultura, organizada pelo Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova. Em Setembro de 2004 participou no Festival Nacional de Folclore do Algarve a convite da Associação de Folclore e Etnografia do Algarve.
Em Junho de 2005 participou no Festival de Folclore “Antoninas 2005”, a convite da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão em parceria com o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Calendário.
Ainda em 2005 em finais de Junho, participou no Festival de Rustington a convite de Littlehampton District, onde nos aguardava muitos madeirenses.
Em Julho de 2006 deslocou-se aos à ilha do Faial – Açores, para um intercâmbio com o Grupo dos Flamengos. Nessa altura tivemos oportunidade de visitar também as ilhas do Pico, S. Jorge e S. Miguel.
Em Agosto de 2006 participou no Festival Internacional de Braga, a convite da edilidade local em parceria com o Grupo Etnográfico “Rusga de S. Vicente de Braga”. Na oportunidade actuou no Festival Internacional de Folclore do Concelho de Boticas, no Centro Social de Santo Adrião e para a população da freguesia de Nogueiró. Ainda no mesmo ano participou no “ Festinatel”, que decorreu no Teatro da Trindade a 1 de Dezembro.
Em 2007 recebeu o grupo dos Flamengos – Açores, para o culminar do intercâmbio que se iniciara no ano transacto.
Em 2008 participou nos festivais de Santa Cruz e Ponta do Sol.
Em Abril de 2009 participou no workshop de danças tradicionais no Porto Santo, e foi feita uma apresentação sobre o Baile do Caniçal.
Em Julho do mesmo ano participou no Festival Nacional do Arneiro das Milhariças em Santarém
Em Agosto de 2009 participou no encontro de Folclore do Porto Santo e em finais de Agosto recebeu o grupo “Doce Esperança”, da ilha Terceira- Açores.
Ainda em 2009 concretizou mais um dos seus objectivos com o lançamento do seu primeiro livro “Memórias da Minha Terra”, onde estão registados para memória futura alguns dos passos do grupo, desde o seu historial, fotos e algumas recolhas e pesquisas.
Participou nos encontros dos Povos de África e de Leste, promovidos pela Secretaria Regional dos Recursos Humanos.
No ano de 2010 viajou até à ilha Terceira nos Açores a fim de participar no Festival Internacional “COFIT”, onde actuou em diversas localidades juntamente com grupos de França, Espanha, Porto Rico, México, Estados Unidos, —–
Ainda em 2010 recebeu o Grupo do Arneiro – Santarém, na sequência do intercâmbio iniciado no ano transacto.
Tem participado também em programas televisivos (concurso “À Volta da Ilha”, “Natal dos Hospitais”, Recados das Ilhas”, “Jardim das Estrelas”, “Pôr-do-Sol”, “Praça da Alegria em Fevereiro de 2003, e em Abril de 2009 actuou no directo da “Festa da Flor” para a RTP Madeira , RTP1, RTP Açores e RTP Internacional. (in facebook)

Caniçal

População: 3917 habitantes (resultados preliminares dos Censos 2001)
Orago: São Sebastião
Actividades económicas: Agricultura, pesca, comércio, serviços, construção civil, indústria têxtil, panificação, conserva, tabaco, extracção de inertes, metalo-mecânica, móveis e construção naval.
Festividades/romarias: São Sebastião (2° Domingo de Janeiro), Festa de Nossa Senhora da Piedade (3° Domingo de Setembro), Festa do Senhor/Santíssimo Sacramento (4° Domingo de Setembro) e Missas do Parto.
Locais de interesse turístico: Igreja Matriz, Capela de São Sebastião, Capela de Nossa Senhora da Piedade (Virgem dos Pescadores), Imagem de Nossa Senhora de Fátima (túnel), Casa dos Sardinhas, Ponte da Ribeira de Natal, Baía D’Abra, Prainha, Miradouro do Radar, Ponta de São Lourenço e Museu da Baleia.
Artesanato: artefactos em osso de baleia, peças em cantaria vermelha e bordados.
Gastronomia: gaiado seco, atum, lapas e castanhetas.

Baile do Caniçal - Grupo de Folclore de Santa Cruz (Madeira) - Festas de La Salette 2019

Lavrador do Caniçal - Grupo de Folclore do Caniçal (2019)

Dança com História - Grupo de Folclore do Caniçal

Caniçal

O Caniçal, vila piscatória do concelho de Machico tem uma população de cerca de 5000 habitantes que é caracterizada pela sua unidade, dinamismo e alegria.
Esta vila conhecida noutros tempos pela caça da baleia, conserva vestígios desta atividade no Museu da Baleia.
No extremo este do Caniçal, encontra-se a Ponta de São Lourenço, que se caracteriza por altos penhascos e profundos vales que se dirigem para o oceano em forma de pequenos ilhéus. A freguesia possui ainda a única praia de areia natural da Madeira, a Prainha.
Nesta freguesia situa-se ainda a Zona Franca da Madeira.
Principais canções e danças tradicionais
Baile do Caniçal, Barqueiro; Ceifa; Lavrador do Caniçal, Baile da Lagoa, Galinha Pintada, Mourisca do Caniçal, Ciranda, Padeirinha, Viuvinha

Trajes
A indumentária do Grupo de Folclore da Casa do Povo do Caniçal teve como base uma recolha feita pelo próprio grupo, recorrendo aos testemunhos dos anciãos e às poucas fotografias que se conseguiram visualizar em alguns livros. Por toda a ilha os trajes tinham características semelhantes. Uma das grandes diferenças estava nas cores, que no Caniçal não eram garridas como noutras partes da ilha.
O traje do Caniçal é grande parte dele relacionado com o mar.
O homem – carapuça, calça curta e camisa branca, e bota chã de cano alto. Esta roupa era usada para o trabalho.
Ainda para o trabalho, chapéu preto, calças e camisa de linho com colete de seriguilha e botas chá.
Para o Domingo, barrete, colete e calças de seriguilha cuja lã provinha das ovelhas que por ali pastavam e era tecido em Machico, por não haver teares na localidade. A camisa era de linho com botões dourados no cabeção.
A mulher- mantilha branca na cabeça, blusa branca de linho saia castanha de seriguilha, botas de cano curto. Ainda como fato domingueiro, carapuça com toalha de cabeça, blusa branca de linho, sobre os ombros uma capa de baeta, saia escura de baeta, que compravam aos vendedores ambulantes que percorriam toda a ilha e bota chã.
Para o trabalho usavam ainda, xaile de barra de seda ou lenço branco na cabeça, blusas floridas e saia branca de linho, estopa ou seriguilha com bota chã.

Representações Nacionais:
Festivais e outros eventos de Norte a Sul de Portugal e Açores.

Representações internacionais:
Espanha e Inglaterra

Publicações/Edições
Cassete e CD-áudio “Ai o meu berço era a proa de um barco”.

(in Madeira Folclore)