Cantor e compositor português, natural de Lisboa, onde nasceu em 1957, Rui Veloso cresceu no Porto, iniciando-se na música aos seis anos de idade, tocando harmónica. A sua grande paixão foram os blues . Foi influenciado por nomes como Eric Clapton, Bob Dylan, B. B. King e Muddy Waters. Forma uma primeira banda, a “Magara Blues Band”, que canta em inglês e atua em bares e casas de amigos. Em 1976 conhece Carlos Tê, que se tornaria o autor das letras dos seus maiores sucessos. Em 1979 assina um contrato com a EMI – Valentim de Carvalho, formando no ano seguinte a “Banda Sonora”, composta por Zé Nabo no baixo e Ramon Galarza na bateria. O seu primeiro álbum de originais, Ar de Rock , obtém de imediato um enorme sucesso, levando ao top de vendas composições como “Sei de uma Camponesa”, “Rapariguinha do Shopping” e “Chico Fininho”. Breve este single se torna disco de platina, enquanto o álbum é considerado o melhor do ano. É premiado ainda com um “Sete de Ouro”, como Revelação do Ano, e atua nos concertos de Steve Harley e dos Police. Seguem-se Fora de Moda (1982) e, já com uma nova banda, Guardador de Margens (1983) e Rui Veloso (1984), que inclui temas como “Porto Covo” e “Cavaleiro Andante”. Em 1987, dos seus espetáculos surge o duplo Rui Veloso ao Vivo (novo disco de platina) que será o ponto de partida para uma primeira grande tournée por todas as capitais de distrito. A cidade do Porto oferece-lhe a Medalha de Mérito da Cidade e o seu trabalho é premiado com dois “Setes de Ouro” para o Melhor Espetáculo ao Vivo e a Melhor Tournée 1988. O projeto Mingos & Os Samurais (1990), que engloba diversas correntes musicais, recebe sete discos de platina e ultrapassa todos os recordes de vendas de discos em Portugal. O single “Não Há Estrelas no Céu” tem entrada imediata no top. Outros temas se destacam, como é caso Em 1991 atua na primeira parte do concerto de Paul Simon, no estádio José Alvalade, com uma audiência de mais de 50 000 pessoas. O novo álbum, Auto da Pimenta , é galardoado com dupla platina. No ano seguinte grava nos Estados Unidos, com Nuno Bettencourt, o tema “Maubere”, a favor da causa de Timor-Leste. O seu projeto, Lado Lunar , editado em novembro de 1995, constitui igualmente um grande êxito, tendo sido galardoado com um novo disco de platina. Em Março de 1996 repete um encontro com B. B. King, no Coliseu dos Recreios de Lisboa, que recebe a aclamação do público e da crítica especializada. O sucesso alcançado pelos seus temas permitiu que muitos outros cantores e grupos portugueses obtivessem o favor do público e atenção por parte das editoras. Com Rui Veloso, começa finalmente a falar-se de rock português. Em 1998 é editado Avenidas . O disco incluía os temas “Todo O Tempo do Mundo“, “Jura” e o belíssimo “Ninguém Escreve à Alice”.
O ano de 2000 marcou a edição da compilação O Melhor de Rui Veloso , uma coleção dos principais êxitos do cantor e da coletânea de homenagem Ar de Rock – Tributo 20 Anos Depois , à qual estiveram associados Jorge Palma, Xutos & Pontapés, Santos & Pecadores, Clã, Da Weasel, Belle Chase Hotel , Paralamas do Sucesso, Ala dos Namorados, Nuno Bettencourt, Barão Vermelho, Lúcia Moniz, Mão Morta e Danças Ocultas.
O cantor português apenas regressou em 2003 , em formato acústico. Rui Veloso, O Concerto Acústico (2003) foi um enorme êxito e incluía um tema novo, o single “Nunca Me Esqueci de Ti”.
Em 2005, foi um dos participantes do festival Rock in Rio , realizado em Lisboa.
(in Infopedia em 2017)
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Rui Veloso nasceu em Lisboa, mas foi viver com três meses para o Porto.
Com apenas quinze anos começa a tocar guitarra como autodidacta e em 1976 (com 19 anos) conhece Carlos Tê e forma um grupo de Blues chamado Magara Blues Band (com Mano Zé e Manfred Minneman).
No ano de 1979 grava uma maqueta que a sua mãe se encarrega de levar à editora Valentim de Carvalho. Esta maqueta incluía temas em inglês e em português. Os elementos da editora interessaram-se pelos temas em português e contratam Rui Veloso.
Em Setembro desse ano, o músico muda-se para Lisboa e forma a Banda Sonora, com Ramon Galarza e Zé Nabo.
Em Julho do ano seguinte é editado o disco “Ar de Rock” com os grandes sucessos “Chico Fininho” e “Rapariguinha do Shopping”. Este sucesso levou ao aparecimento de uma grande quantidade de bandas de Rock a cantar em português, a maioria de qualidade mais do que duvidosa (e do qual só conseguiram sobreviver os GNR, os UHF e os Xutos e Pontapés), no que ficou conhecido como o Boom do Rock Português e, daí, o título de pai do Rock Português para Veloso.
A Banda Sonora é muito solicitada para actuações ao vivo, durante o ano, e parte para Espanha a fim de gravar um novo disco que será editado no ano seguinte. Trata-se do single “Um Café e Um Bagaço”.
Rui Veloso começa, entretanto, a ter problemas com as cordas vocais, que o levarão a interromper por várias vezes a sua carreira.
Uma nova Banda Sonora (com Mano Zé e António Pinho Vargas, este último vindo da formação dos Arte & Ofício) grava o novo LP “Fora de Moda”, um disco completamente diferente do anterior e que tem alguns temas antológicos como “A Gente Não Lê”(3) e “Sayago Blues”.
O terceiro álbum de Veloso (que entretanto deixou de ter banda fixa) chama-se “Guardador de Margens” e tem no hino anti-militarista “Máquina Zero” o seu tema mais divulgado.
Por encomenda do MASP (Movimento de Apoio Soares à Presidência) grava o single “Rock da Liberdade”, com letra de António Pedro Vasconcelos, que chega a Disco de Prata.
Após novas interrupções é editado, em 1986, o longa-duração “Rui Veloso”(4) que inclui ” Porto Covo”, “Porto Sentido” e “Cavaleiro Andante”, um dos grandes sucessos da sua carreira. As letras de Carlos Tê encaixam muito bem nas músicas de Veloso e, ainda que a uma escala caseira, e salvaguardando as devidas distâncias estamos perante a dupla Lennon/McCartney.
Após “Rui Veloso Ao Vivo”, gravado no Coliseu do Porto nos dias 4 e 5 de Junho de 1987, sai o muito aguardado disco conceptual “Mingos e os Samurais”(6), que retrata a vida de um grupo musical de província durante os anos 60 e 70. O disco atinge a astronómica cifra de 80 000 exemplares vendidos (160 000 por ser duplo), o que equivale à quádrupla platina, um número sem precedentes no mercado nacional. Este duplo sai em 1990.
Em Março de 1990 toca acompanhado de B. B. King, concretizando um sonho antigo.
Desloca-se aos Estados Unidos, onde grava com Nuno Bettencourt (Extreme), o tema “Maubere”, a favor da causa Timorense.
Em 1995 sai o CD “Lado Lunar” que é o 13.º Disco de Platina recebido pelo autor.
Junta-se ao projecto Rio Grande com quem grava os discos “Rio Grande” e “Um dia de Concerto”..
Em 1998 é editado o disco “Avenidas” que nos mostra um Rui Veloso mais calmo e com mais vagar (“Do meu Vagar” é o tema emblemático deste disco). Gravado em Inglaterra, com músicos ingleses e produção de Luís Jardim, este disco contém, como curiosidade, um tema cantado em inglês. (7)
Em 1999 compõe o tema “Não me mintas”, com letra de Carlos Tê, para o filme “Jaime” de António Pedro Vasconcelos. Dirige também a parte musical da série de televisão da TVI “Todo o tempo do Mundo”.
Rui Veloso é hoje uma espécie de instituição da Pop Nacional. Já nada tem a ver com o magrinho de bigode que cantava o “Chico Fininho”. No entanto, a sua evolução como músico tem sido notória e o seu refinamento como artista e autor, também.
* O titulo “O Tio do Rock Português” pretende significar que o cronista, ao contrário do que se diz, não considera Rui Veloso o pai do Rock Português, porque antes dele já muitos outros grupos tinham cantado Rock em Português. Só que esses grupos nunca conseguiram ter o impacto que Rui Veloso conseguiu com o seu disco de estreia.
(in www.letras.com.br, 2017)