Lisboa, 04 Nov (Lusa) – Os Madredeus actuam quinta-feira no Teatro Ibérico para apresentar o álbum “Metafonia”, vinte anos depois de terem escolhido aquela sala lisboeta para dar início ao projecto.
O grupo de Pedro Ayres Magalhães, agora denominado Madredeus & Banda Cósmica, actuará no Teatro Ibérico de quinta-feira a sábado e entre os dias 13 a 15 deste mês, pela primeira vez sem Teresa Salgueiro, que abandonou o grupo em 2007, e com duas novas vozes femininas, as cantoras Mariana Abrunheiro e Rita Damásio.
Neste regresso à casa onde fizeram os primeiros ensaios e gravaram o álbum “Os dias da Madredeus”, em 1986, os Madredeus dão a conhecer também uma formação com um leque alargado de instrumentos, que amplificam e encorporam mais a sonoridade do grupo.
“Metafonia”, o nono álbum mais vendido na última semana em Portugal, é um duplo disco com 19 temas, entre inéditos e canções do repertório mais antigo dos Madredeus.
Da formação anterior do grupo mantêm-se o guitarrista Pedro Ayres Magalhães, o mentor e compositor principal, e o teclista Carlos Maria Trindade.
A eles juntam-se Jorge Varrecoso (violino), Ana Isabel Dias (harpa), Ruca Rebordão e Babi Bergamini (percussão e bateria), Sérgio Zurawski (guitarra eléctrica) e Gustavo Roriz (baixo).
Em entrevista à agência Lusa, Pedro Ayres Magalhães disse que os Madredeus de 2008 são “uma aventura maior” e que continuam a ser “muito fora do ‘mainstream’ e daquilo que são os hábitos das grandes massas”.
“O projecto é à mesma relacionado com a cultura portuguesa e com a sua propaganda. As influências que tínhamos e cultivávamos da música africana e brasileira fazemo-las agora de facto, com instrumentos que nos permitem dar essa inspiração de forma mais clara. Continuamos a cantar em português. Continuamos a ser um grupo que grava ao vivo”, Pedro Ayres Magalhães.
Os Madredeus & Banda Cósmica renascem cerca de um ano depois da saída da vocalista Teresa Salgueiro, do baixista Fernando Júdice e do guitarrista José Peixoto.
Os Madredeus surgiram em 1986 em Lisboa, com uma sonoridade que destoava do pop-rock de então, que procurava inspiração na tradição popular portuguesa e que deveu muito do sucesso às melodias de Pedro Ayres Magalhães e à voz de Teresa Salgueiro.
Venderam cerca de três milhões de discos em todo o mundo, por conta de registos como “Existir”, “Os dias da Madredeus”, “O espírito da paz” ou “Um amor infinito”.
Nas duas décadas de existência os Madredeus já tiveram várias vidas. Rodrigo Leão, Gabriel Gomes e Francisco Ribeiro, que estava na formação inicial, saíram nos anos 1990, tendo entrado depois Carlos Maria Trindade, José Peixoto e Fernando Júdice.
in : Jornal de Noticias 4 Nov. 08